terça-feira, 15 de maio de 2012

Conferência "O Re-nhau-nhau – Um modo madeirense de sátira social e política (1929-1977)", por Emanuel Janes (15-05-2012; 17:00)



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Resumo

O trabalho que nos propomos realizar é salientar a importância que teve o trimensário humorístico madeirense Re-nhau-nhau, jornal de caricaturas, que gira em torno da caracterização do Zé Povinho da Madeira, que pelas suas características próprias comuns ao Madeirense como Ilhéu, tratamos por: ZÉ MADEIRENSE.
Salientaremos o papel e a importância que esse estereótipo teve no sucesso do periódico, a relação com ele, e o papel que desempenhava na sociedade madeirense de então.
Re-nhau-nhau era um jornal que fazia parte da vida das pessoas de bom gosto, das pessoas que sabiam ler nas entrelinhas, devido até a uma necessidade imposta pela política de então. Sem ele: "a vida da Madeira seria um árido deserto com meia dúzia de camelos que jogam à batalha naval nas mesas do Golden Gate".
É de salientar a longa duração deste periódico (48 anos), período de tempo pouco habitual para este tipo de jornalismo e numa região como a Madeira, pouco dada a estes propósitos, e mais ainda se pensarmos que ele sobreviveu, durante quase toda a sua vida, debaixo de uma apertada Censura que não permitia a ninguém a ousadia de sair fora dos limites por si impostos.
Este periódico durou de 16 de Dezembro de 1929 até 20 de Dezembro de 1977, cumprindo sempre os ideais com que inicialmente se apresentou, apenas com algumas ligeiras alterações de direcção e administração, devido à morte de João Miguel e de Gonçalves Preto. A partir de 1959, com a morte de João Miguel, a administração passou para os seus herdeiros, e a partir de 1971, com a morte de Gonçalves Preto a direcção passou para Maria Mendonça que, por motivo de grave doença o abandonou, algum tempo depois, em favor de Gil Gomes.
E assim surgiu o Re-nhau-nhau, periódico que transformaria a forma de fazer jornalismo na Madeira, enfeudada a certos senhores todo poderosos que tudo faziam para emperrar a livre iniciativa.

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