Esta Conferência situa – de um ponto de vista insular – o quadro supranacional, no âmbito da epistema desta primeira década do séc. XXI. Pretende, no entanto, numa perspectiva diacrónica, proceder a referências importantes no percurso de relevância das questões insulares, em termos transinstitucionais. Do “Tratado de Roma”, ao de “Lisboa”, passando pela “Agenda 2020” e pelas “Conclusões do Grupo de Reflexão acerca do futuro da União”, a UE tem assistido ao fracasso das utopias políticas [Maio de 68, por exemplo], à disfonia entre discursos e práticas políticas, o que exige novos critérios de governança, propícios a uma nova legitimidade do exercício cidadão, democrático. Num contexto marcadamente económico, falar de Cultura e de Educação pode parecer quase paradoxal. No entanto, num mundo multipolar, em crise, ainda sem precisão ideológica, onde se instalam novas e complexas semânticas, as questões académicas que se colocam são múltiplas e, é preciso dizer, também, interessantes. Numa altura em que os cidadãos são interpelados a uma emissão informada de opinião acerca de uma multiplicidade de assuntos que implicam literacias políticas, económicas, ambientais, cívicas, tecnológicas, de onde olhamos nós, o Mundo? A Instituição supranacional parece ignorar dimensões como a preservação das identidades, ethos e idiossincrasias, num processo de “formatação” dos cidadãos [quase 500 milhões] segundo o modelo imposto. Dos espaços insulares – privilegiados locus da diferença, a imposição de modelos “estranhos”, a preocupação de “estar à altura de” parece colocar em causa uma lógica de valorização identitária, de criação de estratégias de diferenciação e, assim, de desenvolvimento sustentável, neste caso, pela Cultura e pela Educação.
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