O Centro de Estudos de Estudos de História do Atlântico [CEHA] inicia, no presente ano, uma linha editorial consagrada a autores insulares. Estas publicações radicam num conceito editorial novo, para este Centro, tendo em conta a sua Missão mas, também, a sua visão de escrupuloso rigor na investigação, contribuindo para a perenização e a divulgação dos legados culturais das Ilhas.
Desde 2009 que o CEHA decidiu prosseguir uma via editorial, no âmbito do suporte digital. No caso particular desta colecção pretende-se que a sua periodicidade seja anual. A arquitectura destas edições radica nesse novo conceito que visa tornar o suporte plural, multirreferencial e dirigido a um público-alvo heterogéneo e dotado, consequentemente, de interesses diversos. Deste modo, a BD@I compõe-se dos seguintes conteúdos: obra do autor [digitalizada], foto e vídeo-biografia do autor [quando possível], abordagens críticas e propostas didácticas e uma colectânea de textos do autor, em edição multilingue. Sempre que possível, incluímos, ainda, a digitalização de outras edições críticas acerca do autor em questão, desde que obtenhamos, para tal, a devida autorização.
A possibilidade concedida pelo suporte multi-canal, no sentido de congregar uma diversidade de contributos, enriquece a publicação quer em termos de produção, quer em termos de transferabilidade da informação e do conhecimento.
A obra de Irene Lucília Andrade é tão rica, diversificada e vasta quanto o mar que namora a Ilha que ela repetidamente canta – na poesia, na prosa, nas inúmeras letras de canções que escreveu, nos “recadinhos” às crianças e nos “fábulas e motes” para os maiores. A sua pauta de registos literários é imensa, o seu público, consequentemente eclético, assim, “escrevê-la” é participar, simultaneamente e de certo modo, dessa centelha a que apenas alguns acedem, a do tesouro que representa a capacidade de pegar nas letras e torná-las portadoras de universos intemporais. Irene Lucília Andrade é uma autora que transporta a ilha, na sua obra. A sua vida é feita de encontros e de desencontros com esta terra com mar à volta; com saudade de ficar e com a vontade de partir. É essa identidade que derrama na sua escrita, que ilumina na sua pintura e que cultiva no seu canto. Tem a música da ilha espalhada na poesia, conhece-lhe as tonalidades e os segredos, as luzes e as sombras. E está entre nós.
Pode, por isso, partilhar, com os leitores, os lugares que compuseram a sua existência, as memórias que lhe encantaram as palavras, os silêncios que se escondem atrás do/s seu/s olhar/es que, neste suporte, podemos ouvir e ver.
Esta primeira edição da BD@I, dedicada a uma autora viva, permite-nos por um lado, recuperar alguma da sua obra que se encontra, há muito, esgotada no mercado, torná-la acessível a um público mais eclético; por outro, compreender alguns dos seus percursos, olhá-la nos olhos, percorrer as mãos que escrevem os seus poemas, que contam as histórias, que ilustram os livros e que compõem as letras das canções. É uma autora, insular, completa. É [d]a Ilha: “a poesia é o vento que passa alto nas cercanias da alma”.
Esta Edição representa um capítulo no âmbito das possibilidades de estudo e de análise da obra desta escritora, é o resultado de um percurso que se pretendeu coerente e que, sobretudo, nos enriqueceu.
Atribuímos aos capítulos deste volume títulos de alguns livros da autora, como se depreende da leitura do índice. Representam a chave simbólica para a abertura dos mundos que a sua obra propõe, dos seus segredos, os que desvenda acerca de si e da sua mundivivência. São Histórias que o vento conta, histórias de Uma ilha que é gente, percursos de uma Estrada de um dia só, contadas À hora do tordo – a da saudade, do amanhã. Da ousadia, partimos para a Hora imóvel que a autora deixou repousar na sua obra. Propomos vias no âmbito das dinâmicas escolares, permitindo às novas gerações conhecer a vida e a obra de uma Artista que acredita ter encontrado “ A Arte como se fosse o espelho do meu lado de dentro” [in Margem 2, n.º 26]. Que os leitores sejam, assim, A mão que amansa os frutos e que possam, deste modo, viajar pela ilha de Irene Lucília Andrade. É porque a ilha dela tem as portas abertas para o mar.
II - Histórias que o Vento Conta: apresentação desta edição, por Ana Maria Kauppila e Graça Alves [Coordenadoras da presente Edição].
III - Ilha que é Gente: biografia da autora, por Graça Alves.
IV - Estrada de um dia só: foto-video-biografia da autora, por Ana Maria Kauppila, Irene Lucília Andrade e Natalie Afonseca.
V - À hora do Tordo - reflexões críticas:
Ana Maria Kauppila: - Dimensões míticas das referências insulares, na obra de Irene Lucília Andrade. - Cartografias líricas ou o mito da Mãe: uma divagação acerca do poema “O nome mãe cresce sobre a toalha”, de Irene Lucília Andrade. - A palavra como eco líricopoiético da memória: caligrafias da saudade, em Irene Lucília Andrade.
Graça Alves: - A caminho de casa e do sempre, em Água de Mel e Manacá. - Entre o protesto e o canto, a casa. - A Muralha [com alma de gente]. - Carta a Irene.
VI - A Mão que amansa os frutos - abordagens didácticas: Marisa Silva [1.º Ciclo do Ensino Básico] Marta Franco [Educação Pré-escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico] Graça Alves [2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico]
VII - O rochedo - colectânea de poemas da autora, em edição multilingue: Cláudia Faria e Sandra Gomes [Inglês] Karina Sousa [Espanhol]
VIII - “Os sons atrás do mar” - outros registos [fonográficos]: - “Foram-se os Homens ao Mar” [Banda d’Além]
IX – A Hora Imóvel: outros contributos de análise e de crítica à obra de Irene Lucília Andrade. Revista Margem n.º 26 – Dedicada a Irene Lucília Andrade.
X - Canto de Atena - obra digitalizada de Irene Lucília: • Hora imóvel • Histórias que o vento conta • O pé dentro d’água • Ilha que é gente • A mão que amansa os frutos• Angélica e a sua espécie • Estrada de um dia só • Porque me lembrei dos cisnes • Água de mel e manacá • A penteada ou o fim do caminho • À hora do tordo • Protesto e Canto de Atena
Outros Textos de Irene Lucília Andrade: • Textos vários, nas Revistas Margem n.ºs 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21 e 25. • Textos das obras Ilha 2 e Ilha 3. • Texto: A muralha. • Texto Revista Islenha n.º 13. • Postal - Poema: “O nome mãe cresce sobre a toalha”. • Textos: Presentes e recadinhos. • Algumas letras de músicas do festival da canção infantil. • Capa do disco “Ilha que é gente”. • Alguns postais e respectivos poemas.
Desde 2009 que o CEHA decidiu prosseguir uma via editorial, no âmbito do suporte digital. No caso particular desta colecção pretende-se que a sua periodicidade seja anual. A arquitectura destas edições radica nesse novo conceito que visa tornar o suporte plural, multirreferencial e dirigido a um público-alvo heterogéneo e dotado, consequentemente, de interesses diversos. Deste modo, a BD@I compõe-se dos seguintes conteúdos: obra do autor [digitalizada], foto e vídeo-biografia do autor [quando possível], abordagens críticas e propostas didácticas e uma colectânea de textos do autor, em edição multilingue. Sempre que possível, incluímos, ainda, a digitalização de outras edições críticas acerca do autor em questão, desde que obtenhamos, para tal, a devida autorização.
A possibilidade concedida pelo suporte multi-canal, no sentido de congregar uma diversidade de contributos, enriquece a publicação quer em termos de produção, quer em termos de transferabilidade da informação e do conhecimento.
A obra de Irene Lucília Andrade é tão rica, diversificada e vasta quanto o mar que namora a Ilha que ela repetidamente canta – na poesia, na prosa, nas inúmeras letras de canções que escreveu, nos “recadinhos” às crianças e nos “fábulas e motes” para os maiores. A sua pauta de registos literários é imensa, o seu público, consequentemente eclético, assim, “escrevê-la” é participar, simultaneamente e de certo modo, dessa centelha a que apenas alguns acedem, a do tesouro que representa a capacidade de pegar nas letras e torná-las portadoras de universos intemporais. Irene Lucília Andrade é uma autora que transporta a ilha, na sua obra. A sua vida é feita de encontros e de desencontros com esta terra com mar à volta; com saudade de ficar e com a vontade de partir. É essa identidade que derrama na sua escrita, que ilumina na sua pintura e que cultiva no seu canto. Tem a música da ilha espalhada na poesia, conhece-lhe as tonalidades e os segredos, as luzes e as sombras. E está entre nós.
Pode, por isso, partilhar, com os leitores, os lugares que compuseram a sua existência, as memórias que lhe encantaram as palavras, os silêncios que se escondem atrás do/s seu/s olhar/es que, neste suporte, podemos ouvir e ver.
Esta primeira edição da BD@I, dedicada a uma autora viva, permite-nos por um lado, recuperar alguma da sua obra que se encontra, há muito, esgotada no mercado, torná-la acessível a um público mais eclético; por outro, compreender alguns dos seus percursos, olhá-la nos olhos, percorrer as mãos que escrevem os seus poemas, que contam as histórias, que ilustram os livros e que compõem as letras das canções. É uma autora, insular, completa. É [d]a Ilha: “a poesia é o vento que passa alto nas cercanias da alma”.
Esta Edição representa um capítulo no âmbito das possibilidades de estudo e de análise da obra desta escritora, é o resultado de um percurso que se pretendeu coerente e que, sobretudo, nos enriqueceu.
Atribuímos aos capítulos deste volume títulos de alguns livros da autora, como se depreende da leitura do índice. Representam a chave simbólica para a abertura dos mundos que a sua obra propõe, dos seus segredos, os que desvenda acerca de si e da sua mundivivência. São Histórias que o vento conta, histórias de Uma ilha que é gente, percursos de uma Estrada de um dia só, contadas À hora do tordo – a da saudade, do amanhã. Da ousadia, partimos para a Hora imóvel que a autora deixou repousar na sua obra. Propomos vias no âmbito das dinâmicas escolares, permitindo às novas gerações conhecer a vida e a obra de uma Artista que acredita ter encontrado “ A Arte como se fosse o espelho do meu lado de dentro” [in Margem 2, n.º 26]. Que os leitores sejam, assim, A mão que amansa os frutos e que possam, deste modo, viajar pela ilha de Irene Lucília Andrade. É porque a ilha dela tem as portas abertas para o mar.
ÍNDICE GERAL [Do Volume disponível no DVD]
I - A BD@I: texto de apresentação da Colecção Biblioteca Digital de Autores Insulares, pelo Doutor Alberto Vieira [Presidente do CEHA e Coordenador Geral de Colecção].II - Histórias que o Vento Conta: apresentação desta edição, por Ana Maria Kauppila e Graça Alves [Coordenadoras da presente Edição].
III - Ilha que é Gente: biografia da autora, por Graça Alves.
IV - Estrada de um dia só: foto-video-biografia da autora, por Ana Maria Kauppila, Irene Lucília Andrade e Natalie Afonseca.
V - À hora do Tordo - reflexões críticas:
Ana Maria Kauppila: - Dimensões míticas das referências insulares, na obra de Irene Lucília Andrade. - Cartografias líricas ou o mito da Mãe: uma divagação acerca do poema “O nome mãe cresce sobre a toalha”, de Irene Lucília Andrade. - A palavra como eco líricopoiético da memória: caligrafias da saudade, em Irene Lucília Andrade.
Graça Alves: - A caminho de casa e do sempre, em Água de Mel e Manacá. - Entre o protesto e o canto, a casa. - A Muralha [com alma de gente]. - Carta a Irene.
VI - A Mão que amansa os frutos - abordagens didácticas: Marisa Silva [1.º Ciclo do Ensino Básico] Marta Franco [Educação Pré-escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico] Graça Alves [2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico]
VII - O rochedo - colectânea de poemas da autora, em edição multilingue: Cláudia Faria e Sandra Gomes [Inglês] Karina Sousa [Espanhol]
VIII - “Os sons atrás do mar” - outros registos [fonográficos]: - “Foram-se os Homens ao Mar” [Banda d’Além]
IX – A Hora Imóvel: outros contributos de análise e de crítica à obra de Irene Lucília Andrade. Revista Margem n.º 26 – Dedicada a Irene Lucília Andrade.
X - Canto de Atena - obra digitalizada de Irene Lucília: • Hora imóvel • Histórias que o vento conta • O pé dentro d’água • Ilha que é gente • A mão que amansa os frutos• Angélica e a sua espécie • Estrada de um dia só • Porque me lembrei dos cisnes • Água de mel e manacá • A penteada ou o fim do caminho • À hora do tordo • Protesto e Canto de Atena
Outros Textos de Irene Lucília Andrade: • Textos vários, nas Revistas Margem n.ºs 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21 e 25. • Textos das obras Ilha 2 e Ilha 3. • Texto: A muralha. • Texto Revista Islenha n.º 13. • Postal - Poema: “O nome mãe cresce sobre a toalha”. • Textos: Presentes e recadinhos. • Algumas letras de músicas do festival da canção infantil. • Capa do disco “Ilha que é gente”. • Alguns postais e respectivos poemas.
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