domingo, 18 de março de 2012

II Conferência-Efeméride Cabral do Nascimento "... Contextos e Interlocutores..." (21-03-2012; 15:00)

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Com o propósito de assinalar a data de nascimento do intelectual madeirense João Cabral do Nascimento, dando conta da relevância da sua acção cultural quer na Madeira, quer a nível nacional e internacional, o Centro de Estudos de História do Atlântico (CEHA) organiza a 21 de Março de 2012, a II Conferência-Efeméride Cabral do Nascimento (1897-1978), dando sequência à I Conferência-Efeméride Cabral do Nascimento… 114 anos depois, promovida por este mesmo centro, a 22 de Março de 2011.
Na presente edição deste encontro, subtitulada “Contextos e Interlocutores”, pretende-se lançar pistas para um enquadramento da obra heterogénea de Cabral do Nascimento nos diversos contextos em que foi produzida, sublinhando os diálogos, trânsitos, interferências e contributos detectáveis entre a produção cultural deste intelectual madeirense e a de outros intelectuais enquadráveis em diversos sistemas culturais (madeirense, português e outros estrangeiros).
O programa conta com a participação de Ana Margarida Falcão (UMa) e Isabel Santa Clara (UMa), Leonor Coelho (UMa) e Thierry Proença dos Santos (UMa), Emanuel Janes (CEHA), Ana Salgueiro Rodrigues (CEHA e CECC/UCP) e Ana Paula Almeida (CEHA).
A conferência, com início previsto para as 15h00, será moderada por Paulo Miguel Rodrigues (UMa e CIEC/UC) e está aberta à participação de todos os interessados.

Organizadores da conferência:
Paulo Miguel Rodrigues
Ana Salgueiro Rodrigues


Resumos e notas bio-bibliográficas dos conferencistas

Paulo Miguel Rodrigues: Docente na Universidade da Madeira, Doutor em História Contemporânea, Director de Curso do Mestrado em Estudos Regionais e Locais.


- “Descaminho: dos poemas de Cabral do Nascimento às ilustrações de Francisco Franco. Uma abordagem interartes”, Ana Margarida Falcão (UMa) e Isabel Santa Clara (UMa)
Resumo: Breve enquadramento dos autores — Cabral do Nascimento e Francisco Franco — nas tendências literárias e artísticas do seu tempo, tanto no que respeita à herança estética como nas particularidades dos seus respectivos traços de modernidade. Análise das modalidades de tradução e de paralelismo intersemióticos detectáveis na relação entre os poemas de Descaminho (1ª edição, de 1926) e as gravuras de Francisco Franco que os ilustram.
Ana Margarida Falcão nasceu no Funchal. É Professora na Universidade da Madeira, onde se doutorou na especialidade de Teoria da Literatura/Literatura Portuguesa, com defesa da dissertação intitulada Os Novos Shâmanes - um Contributo para o Estudo da Narratividade na Poesia Portuguesa mais Recente. Tem participado em e/ou co-organizado anualmente Colóquios e Seminários e publicado textos críticos e textos literários. É colaboradora regular de programas da RTP-M, RTP-I e RDP-M, bem como de revistas da especialidade, entre as quais: O escritor, Dédalus, Neo 6, Margem e Islenha, da qual é directora da secção literária. A sua escrita está ainda presente em diversas antologias de cariz científico, tendo co-organizado a antologia Literatura de Viagem – Narrativa, História, Mito (ensaios) e publicado Um Arquipélago de Escritores-Viajantes (monografia para a Expo 98). Na poesia, fez parte das antologias Ilha 3, Ilha 4, Ilha, Funchal (1994, 2002). Na ficção, além de contos e crónicas avulsos, publicou O largo ou o percurso de um habitante (conto/s) e Z de Zacarias (romance). Está presente com contos, crónicas e poemas nas antologias: A Madárember - mai Portugál Elbeszél"ok, tradução para húngaro de Ernesto Rodrigues, professor da Universidade Clássica de Lisboa; Antologia de Poesia Portuguesa, ed. bilingue português/italiano, organização de António Fournier, professor da Universidade de Pisa (2004); E depois? – sobre a cultura na Madeira, organização e posfácio de Ana Isabel Moniz, Diana Pimentel e Thierry Proença dos Santos, da Universidade da Madeira; Contos Madeirenses, organização de Nelson Veríssimo; Pontos Luminosos – Açores e Madeira – Antologia de poesia do Século, selecção de Maria Aurora Carvalho Homem e Urbano Bettencourt, organização de Diana Pimentel; Antologia Nostalgia dei giorni atlantici, a cura di António Fournier, Col. Paprika, n.º 2, Scritturapura Editore, Asti, 2005; Antologia 12 Meses no Funchal, organização de António Fournier, Ed. E.M. «Funchal 500 anos», Funchal, 2008 (tradução italiana 12 mesi a Funchal, a cura di António Fournier, Col. Paprika, nº 20, Scritturapura Editore Asti, 2008; co-autoria de Funchal (d)escrito – ensaios sobre a representação literária da cidade, com Ana Isabel Moniz, Leonor Martins Coelho e Thierry Proença, Funchal, 2011.
Isabel Santa Clara nasceu no Funchal, é professora auxiliar no Centro de Artes e Humanidades da Universidade da Madeira. Concluiu, em Julho de 2004, nesta Universidade uma tese de doutoramento intitulada Das coisas visíveis às invisíveis. Contributos para o estudo da pintura Maneirista Ilha da Madeira (1540-1620). No ensino superior artístico lecciona desde 1975 disciplinas das áreas de artes plásticas, de história da arte e de estudos interartes. Tem colaborado em diversos jornais, revistas (Espaço-Arte, Origens, Islenha, Jornal de Letras, Artes e Ideias, Artes & Leilões, Arte Ibérica) e obras coletivas, (A Madeira e a Música, 2008; A Madeira na Rota do Oriente, 1999; S. Francisco Xavier: a sua vida e o seu tempo (1506-1552), 2006; Obras de referência dos Museus da Madeira, 2008 e 2009). Elaborou textos para catálogos de exposições de arte contemporânea (com destaque para a participação em Horizontes Insulares, Canarias, Acción Cultural Española, 2011) e comissariou numerosas exposições, sendo a de maior relevância Horizonte móvel: Artes Plásticas na Madeira 1960-2008, Funchal 500 anos, Museu de Arte Contemporânea-Fortaleza de S. Tiago 2008. Como artista plástica, tem exposto desde 1973 pintura, desenho e fotografia, estando representada em diversas colecções particulares e na colecção do Museu de Arte Contemporânea do Funchal.

- “Cabral do Nascimento e o seu tempo. Os anos 1920 e os movimentos nacionalistas”, Emanuel Janes (CEHA)
Emanuel Janes, licenciado e Mestre em História Contemporânea, pela Universidade de Lisboa, 1996, com a dissertação Nacionalismo e Nacionalistas na Madeira nos Anos Trinta (1926-1936), que foi publicada em 1998. É professor e investigador de temas regionais. Entre os seus trabalhos publicados, podem destacar-se História da Madeira, coordenada pelo Doutor Alberto Vieira, 2001; Anuário de Ouro da Madeira, “Uma Quinta com História”, 2005; José Avelino Pinto, um construtor da Madeira Nova, 2009. Publicou também vários artigos nas revistas Atlântico, Islenha, Saber, Atlântico Magasine, In Madeira, Turismoda. Fez o “Curso de auditores de Defesa Nacional”. Participou em vários seminários e colóquios.

- “Cabral do Nascimento e o cinema na Madeira no primeiro quartel do século XX”, Ana Paula Almeida (CEHA)
Resumo: O cinema, divertimento com muita aceitação no Funchal desde 1897, ocupou um papel de destaque na vida funchalense no primeiro quartel do século XX. As salas de cinema proliferaram; o público, nem sempre bem comportado, era muito; as críticas cinematográficas eram frequentes e os filmes exibidos nem sempre eram bem recebidos.
Foi neste contexto que João Cabral do Nascimento, sob o nome ficcional de João da Nova, publicou crítica social e política na coluna “Film da Semana” do Restauração (semanário monárquico editado em Coimbra), sustentando frequentemente a sua argumentação irónica em referências ao mundo cinematográfico.
Ana Paula Almeida é licenciada em História e Ciências Sociais pela Universidade do Minho (1989/1994). Mestre em Arte e Património pela Universidade da Madeira (2006/2008) com apresentação da dissertação Lugares e Pessoas do Cinema na Madeira – Apontamento para a História do Cinema na Madeira de 1897 a 1930. É professora do Quadro de Escola da Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos da Torre, Câmara de Lobos, onde leccionou História e esteve envolvida na Formação de Adultos. Foi dinamizadora do Projecto Equal – Agir para a Igualdade, tendo feito parte da coordenação regional do mesmo. Faz parte do Conselho Nacional do Movimento Democrático de Mulheres. Encontra-se destacada no Centro de Estudos de História do Atlântico.

- “Cabral do Nascimento e Maria Franco, mediadores de textos «clássicos» infanto-juvenis da Literatura Universal”, Leonor Coelho (UMa) e Thierry Proença dos Santos (UMa)
Resumo: Propomo-nos abordar uma das facetas menos comentadas da actividade de tradução e de mediação cultural levada a cabo por Cabral do Nascimento (1897-1978) e sua mulher, Maria Franco (1908-1975): a de introduzir ou actualizar clássicos infanto-juvenis da literatura universal no sistema cultural português.
Leonor Martins Coelho é Professora Auxiliar na Universidade da Madeira, desde 2008. É Doutorada em Estudos Interculturais e membro do grupo de Estudos “Viagem e Utopia” integrado no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras de Lisboa. Participou nos seguintes projectos editoriais: Funchal (d)Escrito – Ensaios sobre representações literárias da Cidade, monografia em co-autoria com Ana Isabel Moniz, Ana Margarida Falcão e Thierry Proença dos Santos, 7 Dias 6 Noites, V.N. de Gaia, 2011 (220 págs.); Crónica Madeirense (1900-2006), antologia organizada por Fernando Figueiredo, Leonor Martins Coelho e Thierry Proença dos Santos, Campo das Letras, Porto, 2007 (410 págs.). Organizou a revista Margem 2, n.º 26, subordinada ao tema Irene Lucília Andrade: uma voz na Margem (Departamento da Cultura, Câmara Municipal do Funchal, 2009, 263 págs.). Participa regularmente em Congressos Internacionais, com trabalhos na área dos Estudos Pós-Coloniais Francófonos e na área da Literatura Portuguesa Contemporânea, bem como em actividades culturais (apresentação de autores e/ou de livros, participação em júris de concursos literários). Prepara, em co-autoria, um estudo subordinado ao tema A Literatura de Recepção Infanto-juvenil na Ilha da Madeira: Percursos e Discursos.
Thierry Proença dos Santos é Professor Auxiliar da Universidade da Madeira, desde 2007. Participou nos seguintes projectos editoriais: Funchal (d)Escrito – Ensaios sobre representações literárias da Cidade, monografia em co-autoria com Ana Isabel Moniz, Ana Margarida Falcão e Leonor Martins Coelho, 2011; Crónica Madeirense (1900-2006), antologia elaborada conjuntamente com Fernando Figueiredo e Leonor Martins Coelho, 2007; e depois? sobre cultura na Madeira, actas do ciclo de conversas com posfácio dos organizadores, em co-autoria com Ana Isabel Moniz e Diana Pimentel, 2005. Coordenou o álbum Leituras e Afectos: uma Homenagem à Maria Aurora Carvalho Homem, 2010, e o número especial da revista Margem 2, n.º 25, Dezembro 2008, dedicado ao tema “Viver (n)o Funchal”. Preparou a edição do romance Canga de Horácio Bento de Gouveia (com introdução e estabelecimento do texto), 2008. Publicou a monografia Comeres e Beberes Madeirenses em Horácio Bento de Gouveia, 2005. Participa regularmente em congressos e não descura a intervenção cultural (apresentação de livros, participação em júris de concursos literários, colaboração com a comunicação social e com as escolas). De Novembro de 2009 a Maio de 2010 colaborou, na qualidade de convidado residente, no programa televisivo da RTP-Madeira “Cá Nada” de Maria Aurora Carvalho Homem, sobre usos linguísticos madeirenses com parte ficcionada e debate.

- “As (outras) faces de um intelectual exílico. Incursões no espólio de Cabral do Nascimento à guarda da Biblioteca Nacional de Portugal”, Ana Salgueiro Rodrigues (CEHA, CECC/UCP)
Resumo:
todo arquivo […] é ao mesmo tempo instituidor e conservador. Revolucionário e tradicional. Arquivo eco-nômico, neste duplo sentido: guarda, põe em reserva, economiza, mas de modo não natural, isto é, fazendo a lei (nomos) ou fazendo respeitar a lei […]. Ele tem força de lei […]. Perguntar-nos-emos sempre o que foi possível, neste mal de arquivo, queimar.
Jacques Derrida, Mal de arquivo, pp. 17 e 129
Retomando a questão “Para que serve um espólio?” com que João Dionísio abre um seu texto publicado em As mãos da escrita. 25º aniversário do Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea (2007), centraremos a nossa atenção no espólio de João Cabral do Nascimento conservado na Biblioteca Nacional de Portugal, ainda que cruzando alguns documentos aí existentes com correspondência encontrada em espólios de outros intelectuais do século XX, seus interlocutores.
Nunca esquecendo as reservas colocadas por Jacques Derrida (2001), quando reflecte sobre o mal de arquivo, sublinhando que qualquer arquivo se (re)constrói a partir da articulação entre anamnese (memória) e amnesia (esquecimento), num processo tensional sempre implicado em questões técnicas, éticas, políticas, jurídicas, e, nesta medida, também histórico-culturais, procuraremos reconstruir a figura do intelectual madeirense que nos é dada a ver/ler, na colecção documental N28, cedida à Biblioteca Nacional de Portugal em 1990, pelo filho de Cabral do Nascimento.
Em que medida a documentação conservada nessa colecção (e não espólio tout court - sulinhem-se as implicações desta diferença) permite reconstruir a figura deste intelectual, exibindo-o como um agente cultural complexo e cuja acção se estende muito para além da suposta criação de uma poesia pura? Até que ponto a consulta desta documentação confirma ou infirma a imagem do intelectual exílico que temos vindo a defender ser legível na poesia de Cabral do Nascimento desde a década de 1910? E em que medida a revisitação deste espólio demonstra não apenas a necessidade de uma releitura da obra heterogénea e crítica de Cabral do Nascimento, mas também a urgência de uma revisão do contributo de agentes culturais madeirenses no sistema cultural nacional (e não só)?
Ana Salgueiro Rodrigues é doutoranda em Estudos de Cultura na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa (FCH-UCP), com tese intitulada Ex-île… O exílio nas literaturas das Ilhas Atlânticas (Cabral do Nascimento, João Varela e João de Melo). É bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia – FCT, desde 2008, investigadora júnior do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura (CECC-UCP), tendo integrado, desde Janeiro de 2011, o projecto «O deve e o haver na História da Madeira» promovido pelo CEHA. É mestre em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e licenciada em LLM - Estudos Portugueses pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É co-autora do livro Vozes de Cabo Verde e Angola. Quatro percursos literários (CLEPUL, 2010), tendo-se ocupado, nos últimos anos, do estudo das literaturas e culturas das Ilhas Atlânticas, assim como da problemática do exílio. Tem participado em encontros académicos nacionais e internacionais e editado em publicações periódicas e/ou colectâneas de ensaios diversos, como p.ex.: “A Cape-Verdian view of Europe: history and geography revised in the writings of G. T. Didial”, Europe in Black & White (2010); “Fantasia? Lusitana? Cinema, história(s de vida) e ética artística em Daniel Blaufuks e João Canijo”, Doc on-line (n.º 9, Dez. 2010); “Insulated voices looking for the world”, A comparative history of literatures in the Iberian Peninsula (2010); etc.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Conferência "Naturalistas e Expedições Científicas na Madeira (Séculos XVII, XVIII e XIX)", por Nélio Pão (20-03-2012; 17:00)

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Resumo

Esta conferência versa sobre a História da Ciência no Arquipélago da Madeira, e pretende dar a conhecer: alguns naturalistas e expedições científicas que passaram pela Madeira durante os séculos XVII a XIX; as pesquisas que realizaram; e a sua importância para o conhecimento da história natural e da ilha a nível internacional.
Foram, em suma, três os factores – a localização geográfica, o clima e a riqueza natural – que fizeram com que, desde muito cedo, a Madeira se mostrasse como espaço insular de grande relevância no quadro do Atlântico, quer como estância terapêutica para pacientes europeus em busca de cura para a tuberculose (o clima), quer como ponto de passagem para reabastecimento das embarcações vindas do continente europeu a caminho dos mares do sul, e no trajecto contrário (a localização geográfica), quer ainda como laboratório vivo para naturalistas e experimentação de técnicas de exploração por parte de expedições científicas (riqueza natural).
Foram estas características singulares as responsáveis pelo aguçar do apetite dos naturalistas – nos séculos XVIII e XIX –, fazendo da Madeira um autêntico laboratório natural e ponto de peregrinação.

Nota Biográfica


Licenciado em Biologia pela Universidade da Madeira. Técnico Superior da Secretaria Regional da Cultura, Turismo e Transportes a exercer funções no Centro de Estudos de História do Atlântico, onde tem vindo a realizar estudos ao nível da História da Ciência no Arquipélago da Madeira, tendo por base os escritos produzidos por visitantes estrangeiros, principalmente naturalistas, que se dedicaram ao estudo do meio natural deste arquipélago.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Conferência "A Ideia da Europa na Literatura de Autores da Madeira Sécs. XX e XXI", por Thierry Proença dos Santos (13-03-2012; 17:00)

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Resumo

Na actual sociologia da ilha, verifica-se que as relações comerciais, as redes migratórias, os fluxos turísticos, a mobilidade profissional, as trocas culturais, os casamentos mistos e as pontes aéreas favorecem o aparecimento de formas de polarização e de integração da Região Autónoma da Madeira na União Europeia evidentes no quotidiano.
Neste contexto, não admira que o discurso sobre a Europa, produzido actualmente por dirigentes políticos e empresários madeirenses, defenda a matriz europeia da cultura insular, o reforço da recente Autonomia política e a implementação de infra-estruturas de toda a ordem. A pertença da Madeira à União Europeia e, mais precisamente, às Regiões Ultraperiféricas (RUP) apresenta não só garantias em termos de desenvolvimento, como lhe permite ainda reduzir a relação de dependência ao poder central de Lisboa.
Assim sendo, tendo em conta os antigos alicerces de uma identidade comum com a Europa e o facto de a Madeira não ter sido o palco de confrontos identitários como sucedeu ou sucede noutras ilhas, o objectivo desta comunicação consistirá em relevar uma ideia de Europa na região insular, por esta constituir indubitavelmente o modelo socioeconómico de referência para a sociedade madeirense nestas últimas décadas. Neste sentido, proponho-me abordar a percepção que os intelectuais da Ilha têm da Europa, através dos percursos que por lá fizeram e dos seus escritos, dando voz, por um lado, à ideia de pertença ao Velho Continente e, por outro, à ideia de comunidade de destino dos povos europeus. Procurarei então centrar-me sobre duas questões fundamentais: que imagens (ideias, valores e estereótipos) da Europa constroem esses escritores? Que Europa idealizam?

Nota bio-bibliográfica

Thierry Proença dos SANTOS é Professor Auxiliar da Universidade da Madeira, desde 2007. Participou nos seguintes projectos editoriais: Funchal (d)Escrito – Ensaios sobre representações literárias da Cidade, monografia em co-autoria com Ana Isabel Moniz, Ana Margarida Falcão e Leonor Martins Coelho, 2011; Crónica Madeirense (1900-2006), antologia elaborada conjuntamente com Fernando Figueiredo e Leonor Martins Coelho, 2007; e depois? sobre cultura na Madeira, actas do ciclo de conversas com posfácio dos organizadores, em co-autoria com Ana Isabel Moniz e Diana Pimentel, 2005. Coordenou o álbum Leituras e Afectos: uma Homenagem à Maria Aurora Carvalho Homem, 2010, e o número especial da revista Margem 2, n.º 25, Dezembro 2008, dedicado ao tema “Viver (n)o Funchal”. Preparou a edição do romance Canga de Horácio Bento de Gouveia (com introdução e estabelecimento do texto), 2008. Publicou a monografia Comeres e Beberes Madeirenses em Horácio Bento de Gouveia, 2005. Participa regularmente em congressos e não descura a intervenção cultural (apresentação de livros, participação em júris de concursos literários, colaboração com a comunicação social e com as escolas). De Novembro de 2009 a Maio de 2010 colaborou, na qualidade de convidado residente, no programa televisivo da RTP-Madeira “Cá Nada” de Maria Aurora Carvalho Homem, sobre usos linguísticos madeirenses com parte ficcionada e debate.

sexta-feira, 9 de março de 2012

terça-feira, 6 de março de 2012

Debate "As Mulheres nas Letras e nas Artes" (08-03-2012; 19:00)

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Resumo

As Mulheres nas Letras e nas Artes é o mote para este debate em Dia Internacional.
A nossa proposta é refletirmos sobre o modo como a mulher é/ foi representada ao longo dos tempos. Que palavras e que imagens se usam para a descrever, para a sentir?
Sabendo que o papel da mulher tem sido sempre secundário e sabendo também que esta perspetiva é amplamente discutida, de forma mais ou menos acesa, o nosso propósito não é nos centrarmos em questões de género, nem tão pouco erguer a bandeira do feminismo. Pretendemos apenas pensar na forma como história, literatura, arte e expressão plástica (se) conjugam ( ou não ) no verbo ser Mulher.

Acompanhados pelo núcleo de música da Apel, contaremos com os seguintes convidados:
Professora Martina Emonts (Universidade da Madeira)
Mestre Rita Rodrigues (Escola Secundária Francisco Franco)
Dr. Rui Nepumoceno (Advogado)
Dr. Paulo Sérgio Beju (Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco)

segunda-feira, 5 de março de 2012

domingo, 4 de março de 2012

Conferência "As Mulheres na História", por Ana Paula Almeida (06-03-2012; 17:00)

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Resumo

“Considerada a mulher como ser inferior, dela quase nada se sabia: como pensava, como sentia a vida, como olhava o mundo que a cercava, ignorando-se que era portadora de capacidades intelectuais idênticas às capacidades do homem. No nosso século surge como autora de obras importantes, mas sem ter ainda conquistado o espaço em que se afirme como um pensar feminino e uma autonomia de reflexão sobre as questões filosóficas.”
Assim, pretende-se dar a conhecer, de forma breve, os espaços de intervenção da mulher ao longo dos tempos, a sua palavra, as suas funções sociais, os seus comportamentos “silenciados” pela história escrita por homens.

Nota Curricular

Licenciada em História e Ciências Sociais pela Universidade do Minho (1989/1994). Mestre em Arte e Património pela Universidade da Madeira (2006/2008) com apresentação da Dissertação Lugares e Pessoas do Cinema na Madeira – Apontamento para a História do Cinema na Madeira de 1897 a 1930. Professora do Quadro de Escola da Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos da Torre, Câmara de Lobos, onde leccionou História e esteve envolvida na Formação de Adultos. Dinamizadora do Projecto Equal – Agir para a Igualdade, tendo feito parte da coordenação regional do mesmo. Faz parte do Conselho Nacional do Movimento Democrático de Mulheres. Encontra-se destacada no Centro de Estudos de História do Atlântico.

sexta-feira, 2 de março de 2012