LADEIRA, Paulo Jesus, 2009, A Talha e a Pintura Rococó no Arquipélago da Madeira (1760-1820), Colecção TESES, n.º 4, Funchal, Centro de Estudos de História do Atlântico, 290 pp. [CR-ROM]
RESUMO
A Talha e a Pintura Rococó no Arquipélago da Madeira (1760-1820)
Ao longo dos séculos XVIII e inícios do XIX, a Madeira passou por uma série de contingências que condicionaram a situação política e económica e, consequentemente, a vida cultural e artística na Região. Destacamos o terramoto de 1748, a reforma da Fazenda Real em 1775, a aluvião de 1803, as guerras napoleónicas e as lutas entre absolutistas e liberais.
A Fazenda Real era responsável pelas obras que se realizavam nas capelas-mores. A proliferação de confrarias levou à introdução de um número considerável de capelas e altares, transformando-se nas principais responsáveis pelas encomendas feitas às oficinas madeirenses.
Neste período foram executados inúmeros retábulos de talha. Na generalidade o esquema estrutural é composto por dois pares de colunas, sendo rematado todo o conjunto por um frontão interrompido. Numa primeira fase, ainda sob a influência do Barroco, emprega-se as colunas torsas e uma amálgama decorativa revestida em folha de ouro. Numa fase seguinte, passa a haver um equilíbrio entre as partes entalhadas e as partes lisas, surgem as superfícies marmoreadas e depois as brancas e lisas, conjugadas com diminutos elementos vegetalistas. A evolução orientou-se para a simplificação ornamental. As colunas apresentam decoração no terço inferior ou são simplesmente de fuste liso e branco, prognosticando a vinda do Neoclássico. Outro aspecto a salientar, foi o emprego de estuques nos tectos.
A talha na sua generalidade foi executada por entalhadores madeirenses. Estes contribuíram basicamente com a mão-de-obra, tendo pouca intervenção na concepção das obras, sendo mais artífices do que artistas. Estêvão Teixeira de Nóbrega foi um dos grandes responsáveis pela talha rococó na Madeira, através do seu contributo na execução de riscos e na direcção de obras, acabando mesmo como Mestre das Obras Reais. Este cargo também foi desempenhado pelo pintor João António Vila Vicêncio. Refira-se que até a segunda metade do século XVIII este cargo provinha dos mestres pedreiros e carpinteiros. Na área das artes decorativas, a Madeira apresenta um universo fechado de mestres, a maioria com uma relação profissional e familiar muito próxima.
A Madeira apresentou-se auto-suficiente em mão-de-obra de pintura, existindo um razoável número de pintores e douradores em actividade. O grande surto de construções permitiu a execução de muitos trabalhos, importantes, se não tanto pela qualidade, ao menos pela quantidade. Para tal contribuíram os escassos recursos económicos e a pouca exigência técnica da clientela. Os pintores eram artífices acomodados nas suas modestas oficinas que pintavam a partir de modelos, sobretudo gravuras.
Analisando a pintura de Nicolau Ferreira Duarte, de quem se conhece uma grande relação de trabalhos datados e assinados, observamos cenas sobretudo da vida de Jesus e de Maria, a utilização de cenários arquitectónicos ou paisagísticos, onde integrava as personagens em pose estática. Empregava uma paleta repetitiva e com pouco contraste, uma razoável modelação de claro-escuro, por vezes com algumas desproporções e imperfeições anatómicas, mas que compensava com um intenso colorido.
A pintura de tectos teve um papel de destaque, com pinturas ilusionistas recorrendo a composições com nuvens e estruturas arquitectónicas em perspectiva. Paralelamente aos temas religiosos, surgem alguns retratos da autoria de Nicolau Ferreira e de Joaquim Leonardo da Rocha, professor da Aula Régia de Desenho e Pintura que funcionou no Funchal de 1809 a 1825.
Palavras-chave: Barroco; Confrarias; Entalhador; Arquipélago da Madeira; Neoclássico; Pintura; Retábulo; Rococó; Século XVIII; Talha
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ABSTRACT
The Carving and the Painting Rococo in the Archipelago of Madeira (1760-1820)
During the 18th century and the beginning of the 19th century the archipelago of Madeira went through a series of events that affected its political and economical situation and, consequently, its artistic and cultural life. Such events include the earthquake occurred in 1748, the flood taken place in 1803, the Napoleonic wars and, the fights between absolutists and liberals.
The Royal Estate was responsible for the works carried in the major chapels. The rise of congregations led to the increase of chapels and altars, becoming them the major requests performed to the workshops of Madeira.
During this period numerous carved altarpieces were produced. In general, the structural scheme was composed by two pairs of columns and finished with an incomplete front piece. In a first stage, and still under the influence of the Baroque, the general design used the twirled columns and a decorative amalgam coated in gold leaf. As the next step will be a equilibrium between engraved and smooth parts occurred, the marbled surfaces appeared and then white and smooth ones, which were associated to minimal natural elements. The evolution of the process led to an ornamental simplification. In their lower third sections, the columns were decorated or are simply smooth and white, thus becoming a Neoclassical hint. Another important aspect was the use of plaster on the ceilings.
Most of the carvings produced in the archipelago of Madeira were done by the local artisans. They did not have a major part in the design of the pieces, being more artificers than artists. Estêvão Teixeira de Nóbrega was one of the major representatives of the rococo carvings on Madeira Island. Thanks to his sketches and work guidance, he ended up becoming Master of the Royal Works. This position was also played by painter João António Vila Vicêncio. It should be noted that until the second half of the 18th century, the title was only given to major masons or carpenters. In what concerns the decorative arts, the artisans of Madeira Island were a closed group, most with a professional and very close family.
Madeira Island is made self-sufficient in labor, painting, with a reasonable number of painters and gilder in business. The great amount of constructions being undertaken at the time allowed the painters to produce immense quantities of artwork, which were not necessarily an example of good quality. The painters were artificers who worked in their humble workshops creating paintings based on others.
When one analyses the paintings done by the prolific Nicolau Ferreira Duarte, one observes mainly scenes from the life of Jesus and Maria, a great use of architectural and landscape like sceneries, which served as the background to static figures. He used a repetitive and not very contrastive palette, a reasonable amount of dark-light shading, even though sometimes some anatomical disproportions and imperfections occurred, which were compensated by an intense colouring.
The painting of ceilings was very important, since it used illusory paintings based on clouds and architectural structures in perspective. Side by side with the religious works, some portraits were painted by Nicolau Ferreira and Joaquim Leonardo da Rocha, who was the teacher of Royal Drawing and Painting classes in Funchal, from 1809 to 1825.
Keywords: Baroque; Congregations; Carver; archipelago of Madeira; Neoclassical; Painting; Retable; Rococo; Eighteenth century; Carving
***
RESUMEN
La Talla y la Pintura Rococó en el Archipiélago de Madeira (1760-1820)
A largo de todo el siglo XVIII y principios del siglo XIX, el archipiélago de Madeira atravesó una serie de contingencias que condicionaron la situación política y económica y, consecuentemente, la vida cultural y artística de la Región. Podemos destacar el terremoto de 1748, la reforma de la Hacienda Real en 1775, el aluvión de 1803, las guerras napoleónicas y las luchas liberales.
La Hacienda Real era responsable por las obras realizadas en las capillas mayores. La proliferación de hermandades llevó a la introducción de un número considerable de capillas y altares, transformándose en las principales responsables pelas encomiendas hechas a las oficinas madeirenses.
En este periodo fueron ejecutados innumerables retablos de talla. Generalmente el esquema estructural está compuesto por dos pares de columnas y todo el conjunto es rematado por un frontón incompleto. En una primera fase, todavía sobre la influencia del Barroco, la traza general emplea las columnas torzales y una amalgama decorativa recubierta con hoja de oro. Después es encontrado el equilibrio entre las partes entalladas y las partes lisas, surgen las superficies marmoteadas y después las blancas y lisas conjugadas con diminutos elementos vegetalistas. La evolución se orientó para la simplificación ornamental. Las columnas presentan decoración en le tercio inferior ó simplemente de fuste liso y blanco, pronosticando la llegada del Neoclasicismo. Otro aspecto a mencionar fue el empleo de estuques en los techos.
La talla en su generalidad, fue ejecutada por entalladores madeirenses. Estos contribuyeron básicamente con la mano de obra, interviniendo poco en la concepción de las obras, fueron por ello, más artífices que artistas. Estêvão Teixeira de Nóbrega fue uno de los grandes responsables por la talla rococó en Madeira, a través de su contribución en la ejecución de proyectos y en la ejecución de obras, acabando finalmente con el cargo de Mestre de las Obras Reales. Esto cargo también ha sido desempeñado por el pintor João António Vila Vicencio. Cabe señalar que hasta la segunda mitad del siglo XVIII ese cargo era ejercido por individuos provenientes del área de la albañilería ó carpintería. En el área de las artes decorativas, Madeira presenta un universo cerrado de artífices, la mayoría emparentados entre si y con una relación profesional muy próxima.
La Madeira presenta una situación de autosuficiencia en lo que se refiere a mano de obra de pintura. Existia un razonable número de pintores y doradores a trabajar. El gran surto de construcciones permitió la ejecución de muchos trabajos, importantes, si no por la calidad, sí pela cantidad. Para tal contribuyó la escasez de recursos económicos y la poca exigencia técnica de la clientela. Los pintores eran artífices que se limitaban a trabajar en sus modestas oficinas, y pintando a partir de modelos copiados principalmente de grabados.
Analizando la obra de Nicolau Ferreira Duarte, de quién se conoce una gran relación de trabajos fechados y firmados, observamos extractos sobretodo la vida de Jesús y María, la utilización de escenarios arquitectónicos ó paisajísticos en que son integrados personajes en pose estática. Empelaba un paleta repetitiva y con poco contraste, un razonable modelación de claroscuro, aunque en algunas obras con desproporciones y imperfecciones anatómicas, pero que compensaba con un intenso colorido.
La pintura de techos tubo un destacado papel, con pinturas ilusionistas en que se recurría a composiciones con nubes y estructuras arquitectónicas en perspectiva. Paralelamente a la temática religiosa, surgen algunos retratos de la autoria de Nicolau Ferreira y de Joaquim Leonardo da Rocha, profesor del Aula de Desenho e Pintura que funcionó en Funchal entre 1809 y 1825.
Palabras clave: Barroco; hermandades; entallador; Archipiélago de Madeira; Neoclasicismo; Pintura; Retablo; Rococó; Siglo XVIII; Talla
***
RÉSUMÉ
La Sculpture et la Peinture Rococo dans l'Archipel de Madère (1760-1820)
Au cours du XVIIIe et débuts du XIXe siècles, l’Archipel de Madère fut cible d’une série de contingences, qui influencèrent la situation politique et économique et, par conséquent la vie culturelle artistique de la Région. On peut remarquer le tremblement de terre de 1748, la reforme de la Fazenda Real en 1775, l’alluvion de 1803, les guerres napoléoniennes et les luttes entre les absolutistes et les libéraux.
La Fazenda Real était la responsable des œuvres réalisées dans les chapelles de l'abside. La prolifération des confréries conduisit à l’introduction d’un nombre considérable de chapelles et d’autels, étant les principales responsables des commandes faites aux ateliers madériens.
Dans cette période, de nombreux retables en boiserie furent exécutés. Généralement, le schéma structurel est composé par deux paires de colonnes dont tout l’ensemble est achevé par un fronton interrompu. Dans un premier moment, et encore sous l’influence du Baroque, la trace générale emploi les colonnes torses et une amalgame décorative, enduits à la feuille d'or. La prochaine étape, on constate un équilibre entre les parties entaillées et les surfaces unies. Dans une seconde phase, surgissent les superficies marmorisées suivies des blanches et des lisses, conjuguées par des minces éléments végétalistes. L’évolution s’orienta vers la simplification ornementale. Les colonnes présentent une décoration dans le chapelet inférieur ou sont de fût uni et blanc, pronostiquant l’arrivée du Néoclassique. Un autre aspect à distinguer, fut l’emploi de stuc dans les toits.
La boiserie fut généralement exécutée par des sculpteurs en bois madériens. Ces en bois fournirent fondamentalement la main-d’œuvre, ayant une légère intervention dans la conception des œuvres et en étant plutôt des artisans que des artistes. Estêvão Teixeira de Nóbrega, fut un des grands responsables de la boiserie rococo à Madère, à travers sa contribution dans le domaine de l’exécution de traits et dans la direction des œuvres, finissant par devenir Maître des Œuvres Royales. Cette position a également été joué par le peintre João António Vila Vicêncio. Il convient de noter que jusqu'à la deuxième moitié du XVIIIe siècle provenant de ce poste de maîtres maçons et des menuisiers.
L’île de Madère se manifestait auto-suffisante en matière de main-d’œuvre, existant un raisonnable nombre de peintres et de doreur en activité. Le grand essor de constructions permit l’exécution de beaucoup de travaux, importants, si nom par la qualité au moins par la quantité. Cela a contribué à les minces ressources économiques et la faible exigence technique de la clientèle. Les peintres ont été artisans accommodés dans leurs modestes ateliers exécutant des peintures d’après les modèles concernant les gravures.
En analysant la peinture de Nicolau Ferreira Duarte, dont on connaît une grande relation de travaux datés et signés, on observe surtout des scènes de la vie de Jésus et de Marie, l’utilisation de scénarios architectoniques ou paysagistes, où il intégrait les personnages dans une pose statique. Il employait une palette répétitive et d’un contraste très réduit, une raisonnable combinaison de clair-sombre, occasionnellement avec quelques disproportions et imperfections anatomiques, qu´il récompensait par un intense coloré.
La peinture de toits eut aussi un rôle important, avec des peintures illusionnistes faisant l’usage de compositions avec des nuages et structures architectoniques en perspective. Parallèlement aux thèmes religieux, il y apparaît quelques portraits des auteurs Nicolau Ferreira e Joaquim Leonardo da Rocha, professeur du cours regel intitulé de Dessin et Peinture et qui eut son fonctionnement au Funchal dès 1809 jusqu’à 1825.
Mots clés: Baroque; Confréries; sculpteurs en bois; Archipel de Madère; Néoclassique; Peinture; Retable; Rococo; Dix-huitième siècle; Sculpture
RESUMO
A Talha e a Pintura Rococó no Arquipélago da Madeira (1760-1820)
Ao longo dos séculos XVIII e inícios do XIX, a Madeira passou por uma série de contingências que condicionaram a situação política e económica e, consequentemente, a vida cultural e artística na Região. Destacamos o terramoto de 1748, a reforma da Fazenda Real em 1775, a aluvião de 1803, as guerras napoleónicas e as lutas entre absolutistas e liberais.
A Fazenda Real era responsável pelas obras que se realizavam nas capelas-mores. A proliferação de confrarias levou à introdução de um número considerável de capelas e altares, transformando-se nas principais responsáveis pelas encomendas feitas às oficinas madeirenses.
Neste período foram executados inúmeros retábulos de talha. Na generalidade o esquema estrutural é composto por dois pares de colunas, sendo rematado todo o conjunto por um frontão interrompido. Numa primeira fase, ainda sob a influência do Barroco, emprega-se as colunas torsas e uma amálgama decorativa revestida em folha de ouro. Numa fase seguinte, passa a haver um equilíbrio entre as partes entalhadas e as partes lisas, surgem as superfícies marmoreadas e depois as brancas e lisas, conjugadas com diminutos elementos vegetalistas. A evolução orientou-se para a simplificação ornamental. As colunas apresentam decoração no terço inferior ou são simplesmente de fuste liso e branco, prognosticando a vinda do Neoclássico. Outro aspecto a salientar, foi o emprego de estuques nos tectos.
A talha na sua generalidade foi executada por entalhadores madeirenses. Estes contribuíram basicamente com a mão-de-obra, tendo pouca intervenção na concepção das obras, sendo mais artífices do que artistas. Estêvão Teixeira de Nóbrega foi um dos grandes responsáveis pela talha rococó na Madeira, através do seu contributo na execução de riscos e na direcção de obras, acabando mesmo como Mestre das Obras Reais. Este cargo também foi desempenhado pelo pintor João António Vila Vicêncio. Refira-se que até a segunda metade do século XVIII este cargo provinha dos mestres pedreiros e carpinteiros. Na área das artes decorativas, a Madeira apresenta um universo fechado de mestres, a maioria com uma relação profissional e familiar muito próxima.
A Madeira apresentou-se auto-suficiente em mão-de-obra de pintura, existindo um razoável número de pintores e douradores em actividade. O grande surto de construções permitiu a execução de muitos trabalhos, importantes, se não tanto pela qualidade, ao menos pela quantidade. Para tal contribuíram os escassos recursos económicos e a pouca exigência técnica da clientela. Os pintores eram artífices acomodados nas suas modestas oficinas que pintavam a partir de modelos, sobretudo gravuras.
Analisando a pintura de Nicolau Ferreira Duarte, de quem se conhece uma grande relação de trabalhos datados e assinados, observamos cenas sobretudo da vida de Jesus e de Maria, a utilização de cenários arquitectónicos ou paisagísticos, onde integrava as personagens em pose estática. Empregava uma paleta repetitiva e com pouco contraste, uma razoável modelação de claro-escuro, por vezes com algumas desproporções e imperfeições anatómicas, mas que compensava com um intenso colorido.
A pintura de tectos teve um papel de destaque, com pinturas ilusionistas recorrendo a composições com nuvens e estruturas arquitectónicas em perspectiva. Paralelamente aos temas religiosos, surgem alguns retratos da autoria de Nicolau Ferreira e de Joaquim Leonardo da Rocha, professor da Aula Régia de Desenho e Pintura que funcionou no Funchal de 1809 a 1825.
Palavras-chave: Barroco; Confrarias; Entalhador; Arquipélago da Madeira; Neoclássico; Pintura; Retábulo; Rococó; Século XVIII; Talha
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ABSTRACT
The Carving and the Painting Rococo in the Archipelago of Madeira (1760-1820)
During the 18th century and the beginning of the 19th century the archipelago of Madeira went through a series of events that affected its political and economical situation and, consequently, its artistic and cultural life. Such events include the earthquake occurred in 1748, the flood taken place in 1803, the Napoleonic wars and, the fights between absolutists and liberals.
The Royal Estate was responsible for the works carried in the major chapels. The rise of congregations led to the increase of chapels and altars, becoming them the major requests performed to the workshops of Madeira.
During this period numerous carved altarpieces were produced. In general, the structural scheme was composed by two pairs of columns and finished with an incomplete front piece. In a first stage, and still under the influence of the Baroque, the general design used the twirled columns and a decorative amalgam coated in gold leaf. As the next step will be a equilibrium between engraved and smooth parts occurred, the marbled surfaces appeared and then white and smooth ones, which were associated to minimal natural elements. The evolution of the process led to an ornamental simplification. In their lower third sections, the columns were decorated or are simply smooth and white, thus becoming a Neoclassical hint. Another important aspect was the use of plaster on the ceilings.
Most of the carvings produced in the archipelago of Madeira were done by the local artisans. They did not have a major part in the design of the pieces, being more artificers than artists. Estêvão Teixeira de Nóbrega was one of the major representatives of the rococo carvings on Madeira Island. Thanks to his sketches and work guidance, he ended up becoming Master of the Royal Works. This position was also played by painter João António Vila Vicêncio. It should be noted that until the second half of the 18th century, the title was only given to major masons or carpenters. In what concerns the decorative arts, the artisans of Madeira Island were a closed group, most with a professional and very close family.
Madeira Island is made self-sufficient in labor, painting, with a reasonable number of painters and gilder in business. The great amount of constructions being undertaken at the time allowed the painters to produce immense quantities of artwork, which were not necessarily an example of good quality. The painters were artificers who worked in their humble workshops creating paintings based on others.
When one analyses the paintings done by the prolific Nicolau Ferreira Duarte, one observes mainly scenes from the life of Jesus and Maria, a great use of architectural and landscape like sceneries, which served as the background to static figures. He used a repetitive and not very contrastive palette, a reasonable amount of dark-light shading, even though sometimes some anatomical disproportions and imperfections occurred, which were compensated by an intense colouring.
The painting of ceilings was very important, since it used illusory paintings based on clouds and architectural structures in perspective. Side by side with the religious works, some portraits were painted by Nicolau Ferreira and Joaquim Leonardo da Rocha, who was the teacher of Royal Drawing and Painting classes in Funchal, from 1809 to 1825.
Keywords: Baroque; Congregations; Carver; archipelago of Madeira; Neoclassical; Painting; Retable; Rococo; Eighteenth century; Carving
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RESUMEN
La Talla y la Pintura Rococó en el Archipiélago de Madeira (1760-1820)
A largo de todo el siglo XVIII y principios del siglo XIX, el archipiélago de Madeira atravesó una serie de contingencias que condicionaron la situación política y económica y, consecuentemente, la vida cultural y artística de la Región. Podemos destacar el terremoto de 1748, la reforma de la Hacienda Real en 1775, el aluvión de 1803, las guerras napoleónicas y las luchas liberales.
La Hacienda Real era responsable por las obras realizadas en las capillas mayores. La proliferación de hermandades llevó a la introducción de un número considerable de capillas y altares, transformándose en las principales responsables pelas encomiendas hechas a las oficinas madeirenses.
En este periodo fueron ejecutados innumerables retablos de talla. Generalmente el esquema estructural está compuesto por dos pares de columnas y todo el conjunto es rematado por un frontón incompleto. En una primera fase, todavía sobre la influencia del Barroco, la traza general emplea las columnas torzales y una amalgama decorativa recubierta con hoja de oro. Después es encontrado el equilibrio entre las partes entalladas y las partes lisas, surgen las superficies marmoteadas y después las blancas y lisas conjugadas con diminutos elementos vegetalistas. La evolución se orientó para la simplificación ornamental. Las columnas presentan decoración en le tercio inferior ó simplemente de fuste liso y blanco, pronosticando la llegada del Neoclasicismo. Otro aspecto a mencionar fue el empleo de estuques en los techos.
La talla en su generalidad, fue ejecutada por entalladores madeirenses. Estos contribuyeron básicamente con la mano de obra, interviniendo poco en la concepción de las obras, fueron por ello, más artífices que artistas. Estêvão Teixeira de Nóbrega fue uno de los grandes responsables por la talla rococó en Madeira, a través de su contribución en la ejecución de proyectos y en la ejecución de obras, acabando finalmente con el cargo de Mestre de las Obras Reales. Esto cargo también ha sido desempeñado por el pintor João António Vila Vicencio. Cabe señalar que hasta la segunda mitad del siglo XVIII ese cargo era ejercido por individuos provenientes del área de la albañilería ó carpintería. En el área de las artes decorativas, Madeira presenta un universo cerrado de artífices, la mayoría emparentados entre si y con una relación profesional muy próxima.
La Madeira presenta una situación de autosuficiencia en lo que se refiere a mano de obra de pintura. Existia un razonable número de pintores y doradores a trabajar. El gran surto de construcciones permitió la ejecución de muchos trabajos, importantes, si no por la calidad, sí pela cantidad. Para tal contribuyó la escasez de recursos económicos y la poca exigencia técnica de la clientela. Los pintores eran artífices que se limitaban a trabajar en sus modestas oficinas, y pintando a partir de modelos copiados principalmente de grabados.
Analizando la obra de Nicolau Ferreira Duarte, de quién se conoce una gran relación de trabajos fechados y firmados, observamos extractos sobretodo la vida de Jesús y María, la utilización de escenarios arquitectónicos ó paisajísticos en que son integrados personajes en pose estática. Empelaba un paleta repetitiva y con poco contraste, un razonable modelación de claroscuro, aunque en algunas obras con desproporciones y imperfecciones anatómicas, pero que compensaba con un intenso colorido.
La pintura de techos tubo un destacado papel, con pinturas ilusionistas en que se recurría a composiciones con nubes y estructuras arquitectónicas en perspectiva. Paralelamente a la temática religiosa, surgen algunos retratos de la autoria de Nicolau Ferreira y de Joaquim Leonardo da Rocha, profesor del Aula de Desenho e Pintura que funcionó en Funchal entre 1809 y 1825.
Palabras clave: Barroco; hermandades; entallador; Archipiélago de Madeira; Neoclasicismo; Pintura; Retablo; Rococó; Siglo XVIII; Talla
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RÉSUMÉ
La Sculpture et la Peinture Rococo dans l'Archipel de Madère (1760-1820)
Au cours du XVIIIe et débuts du XIXe siècles, l’Archipel de Madère fut cible d’une série de contingences, qui influencèrent la situation politique et économique et, par conséquent la vie culturelle artistique de la Région. On peut remarquer le tremblement de terre de 1748, la reforme de la Fazenda Real en 1775, l’alluvion de 1803, les guerres napoléoniennes et les luttes entre les absolutistes et les libéraux.
La Fazenda Real était la responsable des œuvres réalisées dans les chapelles de l'abside. La prolifération des confréries conduisit à l’introduction d’un nombre considérable de chapelles et d’autels, étant les principales responsables des commandes faites aux ateliers madériens.
Dans cette période, de nombreux retables en boiserie furent exécutés. Généralement, le schéma structurel est composé par deux paires de colonnes dont tout l’ensemble est achevé par un fronton interrompu. Dans un premier moment, et encore sous l’influence du Baroque, la trace générale emploi les colonnes torses et une amalgame décorative, enduits à la feuille d'or. La prochaine étape, on constate un équilibre entre les parties entaillées et les surfaces unies. Dans une seconde phase, surgissent les superficies marmorisées suivies des blanches et des lisses, conjuguées par des minces éléments végétalistes. L’évolution s’orienta vers la simplification ornementale. Les colonnes présentent une décoration dans le chapelet inférieur ou sont de fût uni et blanc, pronostiquant l’arrivée du Néoclassique. Un autre aspect à distinguer, fut l’emploi de stuc dans les toits.
La boiserie fut généralement exécutée par des sculpteurs en bois madériens. Ces en bois fournirent fondamentalement la main-d’œuvre, ayant une légère intervention dans la conception des œuvres et en étant plutôt des artisans que des artistes. Estêvão Teixeira de Nóbrega, fut un des grands responsables de la boiserie rococo à Madère, à travers sa contribution dans le domaine de l’exécution de traits et dans la direction des œuvres, finissant par devenir Maître des Œuvres Royales. Cette position a également été joué par le peintre João António Vila Vicêncio. Il convient de noter que jusqu'à la deuxième moitié du XVIIIe siècle provenant de ce poste de maîtres maçons et des menuisiers.
L’île de Madère se manifestait auto-suffisante en matière de main-d’œuvre, existant un raisonnable nombre de peintres et de doreur en activité. Le grand essor de constructions permit l’exécution de beaucoup de travaux, importants, si nom par la qualité au moins par la quantité. Cela a contribué à les minces ressources économiques et la faible exigence technique de la clientèle. Les peintres ont été artisans accommodés dans leurs modestes ateliers exécutant des peintures d’après les modèles concernant les gravures.
En analysant la peinture de Nicolau Ferreira Duarte, dont on connaît une grande relation de travaux datés et signés, on observe surtout des scènes de la vie de Jésus et de Marie, l’utilisation de scénarios architectoniques ou paysagistes, où il intégrait les personnages dans une pose statique. Il employait une palette répétitive et d’un contraste très réduit, une raisonnable combinaison de clair-sombre, occasionnellement avec quelques disproportions et imperfections anatomiques, qu´il récompensait par un intense coloré.
La peinture de toits eut aussi un rôle important, avec des peintures illusionnistes faisant l’usage de compositions avec des nuages et structures architectoniques en perspective. Parallèlement aux thèmes religieux, il y apparaît quelques portraits des auteurs Nicolau Ferreira e Joaquim Leonardo da Rocha, professeur du cours regel intitulé de Dessin et Peinture et qui eut son fonctionnement au Funchal dès 1809 jusqu’à 1825.
Mots clés: Baroque; Confréries; sculpteurs en bois; Archipel de Madère; Néoclassique; Peinture; Retable; Rococo; Dix-huitième siècle; Sculpture
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