quarta-feira, 8 de julho de 2009

Futuras Publicações do CEHA - Resumos (5)

PESTANA, Lina M. Camacho, 2009, Estratégias Narrativas na Obra A Gloriosa Família de Pepetela, Colecção TESES, n.º 5, Funchal, Centro de Estudos de História do Atlântico, 74 pp. [CR-ROM]

RESUMO
Estratégias Narrativas na Obra A Gloriosa Família de Pepetela

Com a conquista da independência, os escritores angolanos adquirem a sua individualidade e instituem uma literatura de consciencialização de uma nova identidade cultural angolana, caracterizada por um novo dinamismo e um novo ritmo, resultado da associação da oralidade com a escrita. Propuseram-se a desenvolver e aperfeiçoar a sua arte, face às exigências da sociedade e ao desejo de se reencontrar na sua identidade cultural. 
Depois da partida do colonizador déspota, o patriotismo ideológico inicial dá lugar a uma tentativa de reapropriação do que é angolano. Há um desejo de recuperar a nação, de reconstruí-la, de reorientar a diversidade para o fortalecimento da unidade, única maneira da nação reencontrar todas as virtudes regeneradores que ela contém dentro de si, tarefa dificultada pela presença de europeus durante quinhentos anos no território, responsáveis por um processo intenso de aculturação e miscigenação. Daí que tenham recorrido tão frequentemente à tradição oral africana.
Pepetela pode ser considerado um dos escritores angolanos mais poderosos em matéria de irreverência, devido à sua faceta humorista e originalidade em criticar a sociedade e política do seu país, e pela grande divulgação que tem actualmente a sua obra. Toda a sua obra é marcada por uma forte ideologia, onde o escritor assume uma posição crítica da História e reflecte acerca do próprio conhecimento dos factos reais históricos, atribuindo-lhes através da sua ficção uma incrível actualização. Revela o desejo do filho da terra em reencontrar a sua identidade cultural, fazendo um retorno às suas origens, reerguendo o conceito de nação.
A Gloriosa Família de Pepetela retira material do passado alimentando a ficção através da modelização e subversão dos acontecimentos históricos, prendendo a atenção do leitor até ao final da intriga. Concede à História um novo sentido, desmistificando-a e tentando mostrar ao leitor que a historiografia é sempre mais ou menos tendenciosa e depende exclusivamente de quem a relata.
Tendo como base a História Geral das Guerras Angolanas de Cadornega, o romancista «reescreve» a História do período em que se insere a sua obra (os sete anos de domínio holandês em Luanda), usando-a para criticar, parodiar e ironizar a História, cujas verdades absolutas nem sempre são tão objectivas e imparciais como se desejaria.
A arte do autor, em modificar a tradição, com o propósito de a conciliar com a modernidade, tendo em conta a relação dialógica entre dois textos, História Geral das Guerras Angolanas de António de Oliveira Cadornega e A Gloriosa Família de Pepetela, bem como o objectivo do romancista em induzir o leitor a reformular a sua leitura, e questionar os factos históricos. Refere ainda o espaço de reflexão do autor dentro da própria obra acerca da ideia de nação. Porém, a questão fundamental desta obra é a reinterpretação da História através da ficção de Pepetela e o estudo da nova versão dos factos históricos e questionamento das verdades absolutas, e as estratégias narrativas convocadas para este fim. 
Reflecte-se ainda sobre problemas bem actuais, como a repressão sexual e igualdade de direitos, através do narrador e das personagens mais desembaraçadas, cultas e progressistas como Matilde ou Ambrósio, ou ainda da prostituta Angélica «ricos olhos» que teve uma relação com este último, assumem uma tomada de posse contra estas atitudes pouco nobres e preconceituosas a favor do respeito mútuo e pelas escolhas e comportamentos de cada indivíduo.
A igreja também não se absolve perante o olhar crítico de Pepetela. Foca-se na descrença de uma religião que sempre foi vista como um exemplo mundial de purificação, quando na verdade emana grande negligência e corrupção. Na verdade precisa passar por uma fase de regeneração se quiser continuar a ser o símbolo e ponto de referência dos seus crentes. 
Pepetela ousa desconstruir a História e pôr a nu as suas fraquezas e incongruências, resultado da imperfeição e subjectividade humanas, fazendo para tal uso de personagens referenciais, encimando quase todos os capítulos da obra com epígrafes escritas por autores credíveis, para atribuir maior veracidade à sua «reconstrução» da História. A História e a ficção entrosam-se e interligam-se a um ritmo tão uníssono e perfeito, absorvendo totalmente o leitor e levando-o a questionar-se onde acaba uma e começa a outra e qual das duas é a mais verdadeira ou a menos credível.
Cria paralelismos entre os tempos passados, presente e futuro, ultrapassando as barreiras temporais e transcendendo a História através da referência a eventos, mitos e profecias. A autoreflexividade está decididamente patente nas críticas que o autor dirige à sociedade hipócrita, aos políticos corruptos, e nas reflexões que faz sobre a necessidade da criação de uma nação independente, assente em bases sólidas e consistentes, inspiradas num passado que outrora foi nobre e glorioso e que se pretende recuperar restaurando o orgulho nacional.
Ao longo dos tempos o conceito de História tem-se alterado, os eventos, outrora incontestáveis e irrefutáveis, passaram a ser questionados e as verdades absolutas criticadas, iniciando-se a era de questionação da História. Esta mudança de perspectiva de análise e visualização da história põe em questão o conhecimento estabelecido da mesma, proporcionando o surgimento de histórias alternativas e incitando-nos a ponderarmos sobre assuntos que até agora eram aceites categoricamente.
Palavras-chave: Angola; Pepetela; Tradição Oral Africana; Patriotismo Ideológico; Orgulho Nacional; «Desconstrução» da História; Reinterpretação da História; Ideia de Nação; Corrupção; AutoReflexão do Autor.

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ABSTRACT
The Narrative Strategies in the work The Glorious Family of Pepetela

With the conquest of independency the Angolan writers acquire individuality and instituted a literature of consciousness of a new Angolan cultural identity, characterized by a new dynamism and new rhythm, a result of the association between oralism and writing. They proposed themselves to develop and perfect their art considering the demands of the society and the desire of reuniting themselves in their cultural identity.
After the departure of the despotic colonist the initial ideological patriotism gives place to an attempt of re-appropriation of what’s Angolan. There’s a desire of recuperate the nation, rebuilt it and reorient the diversity for the strengthening of the unity, the only way the nation is going to find again all the regenerating virtues that it encloses inside itself. Task made more difficult by the presence of Europeans for five hundred years in the territory, responsible for an intense process of acculturation and miscegenation. Therefore they resorted so frequently to the African oral tradition. 
Pepetela can be considered one of the most powerful Angolan writers in what concerns irreverence due to its humoristic facet and originality when criticising the society and politics of his country and by the immense divulgation that his work has nowadays. All his work is marked by a strong ideology where the writer assumes a criticism position versus History and reflects about his own knowledge of the historical real facts, attributing them, throughout his fiction, an incredible updating. Reveals de desire of the land’s son of finding again his cultural identity, returning to its roots, raising again the concept of nation.
Pepetela’s A Gloriosa Família takes material from the past feeding fiction through the modelling and subversion of historical events, capturing the attention of the reader until the end of the intrigue. He concedes History a new meaning demystifying it and trying to show the reader that historiography is always more or less tendentious and depends exclusively of who tells it. 
Having António de Oliveira Cadornega’s History book História Geral das Guerras Angolanas as basis the novelist «rewrites» the History of the period where his work is inserted (the seven years of Dutch domination in Luanda) and criticizes it by means of irony and parody, revealing that History is not infallible and absolute truths are not always as objective and impartial as it is to be desired.
The art of the author modifying the tradition with the purpose of conciliating it with modernity, having in mind the dialogical relation between the two texts, História Geral das Guerras Angolanas and A Gloriosa Família, as well as the objective of the novelist of inducing the reader to reformulate his reading and question the historical facts. The novelist also makes reference to the space of reflexion of the author within the novel itself regarding the idea of nation. However, the fundamental question of this work is the reinterpretation of History through Pepetela’s fiction and the study of the new version of the historical facts and the questioning of the absolute truths and the narrative strategies convoked for this purpose.
It also reflects about present issues as sexual repression, equal rights, through the narrator and the disengaged, cultivated and progressist characters such as Matilde or Ambrósio, or the prostitute Angélica «Beautiful eyes» (who had a relationship with Ambrósio), assuming a position against those very little noble and prejudiced attitudes in favour of mutual respect and for the choices and behaviours of each individuals. 
The church isn’t absolved before the critical eye of Pepetela. The novelist is focused in the disbelieve of a religion that has always been seen as a model of rectitude, when the truth is that it needs to go through a regeneration process if it wants to continue being the symbol and reference for its believers. 
Pepetela dears deconstructing History and unveils its weaknesses and incongruousnesses, as a result of the human imperfections and subjectivity, using referential characters, placing epigraphs written by reliable authors above almost all of the book’s chapters, in order to attribute more consistency to his «reconstruction» of History. History and fiction are linked and attached by a perfect and unison rhythm with the purpose of absorbing totally the reader, leading him to question where one ends and the other one starts and which of them is true and which is less creditable.
The author creates parallelisms between the past, present and future times, going beyond temporal barriers and transcending History throughout references to events, myths and prophecies. The self-reflexivity is deeply embedded in the critics the author addresses to the hypocrite society, the corrupted politicians and the immoral and decadent clergy, foremost in the reflections he makes about the need of the creation of an independent nation, based on solid and consistent basis, inspired in a past that was once noble and glorious and that they intend to recover by restoring the national pride. 
Throughout the times the concept of History has been altered, the facts at one time unquestionable and irrefutable started to be questioned and the absolute truths criticised, starting an era of questioning History. This change of perspective, of analysis and visualisation of History, questions the established knowledge, affording the opportunity to appear alternative histories, instigating us to ponder about subjects that until now were categorically accepted. 
Keywords: Angola; Pepetela; African Oral Tradition; Ideological Patriotism; National Pride; «Deconstruction» of History; Reinterpretation of History; Idea of Nation; Corruption; Autoreflexion of the Author.

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RESUMEN
Estrategias Narrativas en la Obra La Gloriosa Familia de Pepetela

Con la conquista de la independencia, los escritores de Angola logran su individualidad y instituyen una literatura basada en la toma de conciencia de una nueva identidad cultural angoleña, caracterizada por un nuevo dinamismo y un nuevo ritmo, resultado de la asociación de la expresión verbal con la escrita. Se han propuesto desarrollar y perfeccionar su arte ante las exigencias de la sociedad y el deseo de reencontrarse en su identidad.
Después de la partida del colonizador déspota, el patriotismo ideológico inicial se remplaza por una tentativa de reconquista de lo que es de Angola. Hay un deseo de recuperar la nación, de reconstruirla, de reorientar la diversidad para fortificar la unidad, única manera de la nación reencontrar todas sus virtudes regeneradoras, labor dificultada por la presencia de europeos durante quinientos años en el territorio, responsables por un proceso intenso de aculturación y mestizaje intelectual. De ahí que hayan recurrido tan frecuentemente a la tradición verbal africana.
Pepetela puede ser considerado uno de los escritores angoleños más poderosos en materia de irreverencia, debido a su lado humorista y originalidad en criticar la sociedad y política de su país, y por la gran divulgación que tiene actualmente su obra. Toda su obra es marcada por una fuerte ideología donde el escritor asume una posición crítica de la Historia y reflexiona sobre el propio conocimiento de los hechos reales históricos, imputándoles por medio de su ficción una increíble actualización. Revela el deseo del hijo de la tierra en reencontrar su identidad cultural, haciendo un regreso a sus orígenes, reedificando el concepto de nación.
La Gloriosa Família de Pepetela aparta material del pasado alimentando la ficción al «moldear» y al subvertir los hechos históricos, hechizando la atención del lector hasta el final de la trama. Otorga a la Historia un nuevo sentido, desmitificándola y tentando demostrar al lector que la historiografía es siempre más o menos manejable y depende exclusivamente de quien la narra. Basándose en la Historia General de las Guerras Angoleñas de Cadornega, el romancista «reescribe» la Historia del periodo en que se encuadra su obra (los siete años de dominio holandés en Luanda), utilizándola para criticar, parodiar y satirizar la Historia cuyas verdades absolutas no son siempre tan objetivas y imparciales como se desearía.
El arte del autor, en cambiar la tradición, con el propósito de conciliarla con la modernidad, teniendo en contra la relación dialéctica entre dos textos, Historia General de las Guerras Angoleñas y la Gloriosa Familia, así como el objetivo del romancista en inducir el lector a reformular su lectura y cuestionar los hechos históricos. Refiere todavía, el espacio de reflexión del autor dentro de la propia obra sobre la idea de nación. Sin embargo, la cuestión fundamental de esta obra es la reinterpretación de la Historia a través de la ficción de Pepetela y el estudio de la nueva versión de los hechos históricos y el cuestionar de las verdades absolutas, y las estrategias narrativas citadas para este fin.
Se reflexiona aún sobre problemas bien actuales, como la represión sexual y la igualdad de derechos, a través del narrador y de los personajes más espabilados, cultos y progresistas como Matilde o Ambrosio, o todavía de la prostituta Angélica «ricos ojos» que tuvo una relación con este último, asumen un acto de posición contra estas actitudes poco nobles y despreciables a favor del respeto mutuo y por las opciones y conductas de cada individuo.
La Iglesia también no se libera ante la mirada crítica de Pepetela. Se enfoca la incredulidad de una religión que siempre fue vista como un ejemplo de purificación, cuando en verdad emana gran negligencia y corrupción, indudablemente esta tendrá que pasar por una etapa de regeneración si quiere continuar a ser el símbolo y punto de referencia de sus creyentes.
Pepetela se atreve a «desmoronar» la Historia y pone a desnudo sus debilidades y incongruencias, resultado de la imperfección y subjetividad humanas, recurriendo al uso de personajes de referencia, encabezando casi todos los capítulos de la obra con epígrafes escritos por autores fidedignos, para atribuir más autenticidad a su «reconstrucción» de la Historia. La Historia y la ficción se ajustan y se interconectan a un ritmo unísono y perfecto, cautivando por completo el lector y llevándolo a cuestionarse donde acaba una y empieza la otra y cuál de las dos es más verdadera o la menos creíble.
Crea semejanzas entre los tiempos pasados, presente y futuro, transponiendo barreras temporales y transcendiendo la Historia por medio de referencia a eventos, mitos y profecías. El auto-reflexión esta indudablemente presente en las criticas que el autor dirige a la sociedad hipócrita, a los políticos corruptos, y en las reflexiones que hace sobre la necesidad de fundar una nación independiente, apoyada en bases sólidas y consistentes, inspiradas en un pasado que otrora fue noble y glorioso y que se intenta recuperar restituyendo el orgullo nacional.
A lo largo de los tiempos el concepto de Historia ha cambiado, los hechos históricos, antes incuestionables y irrefutables, pasaron a ser cuestionados y sus verdades absolutas criticadas, iniciándose la era de cuestionar la Historia. Este cambio de perspectiva, de análisis y esta forma de visualizar la Historia pone en cuestión el conocimiento establecido de la misma, proporcionando el aparecimiento de historias alternativas y incitándonos a repensar sobre asuntos que hasta ahora se aceptaban rotundamente. 
Palabras clave: Angola; Pepetela; Tradición Verbal Africana; Patriotismo Ideológico; Orgullo Nacional; El «Desmoronar» de la Historia; Reinterpretación de la Historia; Ideia de Nación; Corrupción; Autoreflexión del Autor. 

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RÉSUMÉ
Stratégies Narratives dans L’Ouvre La Glorieuse Famille de Pepetela

Avec la conquête de l’indépendance les écrivains d’Angola acquièrent son individualité et instituent une littérature de conscientisation d’une nouvelle identité angolane, caractérisée par un nouveau dynamisme et un nouveau rythme, résultat de l’association de la tradition orale avec l’écriture. Ils se sont proposés développer et perfectionner son art face aux exigences de la société et au désir de se rencontrer de nouveau en son identité. 
Après le départ du colonisateur despote, le patriotisme idéologique initial donne lieu à une tentative de reapproximation de ce qui est angolan. Il y a un désir de récupérer la nation, de la reconstruire, de réorienter la diversité pour le rétablissement de l’unité, seule manière de la nation rencontrer de nouveau toutes les virtues régénératrices qu’elle contient en soi; tâche difficulté par la présence d’européens pendant cinq cents ans dans le territoire, responsables par un procédé intense d’acculturation et miscégénation. Dés lors ils ont recouru fréquemment à la tradition orale africaine. 
Pepetela peut être considéré un des écrivains africains angolans plus puissants en matière d’irrévérence, dû à sa facette humoriste et originalité en critiquer la société et les politiques de son pays, et par la grande divulgation qu’a actuellement son œuvre. Toute son œuvre est marquée par une forte idéologie où l’écrivain assume une position critique de l’Histoire et réfléchi à l’égard de sa propre connaissance des faits historiques réels, en les attribuent, a travers la fiction, une incroyable actualisation. Révèle le désir du fils de la terre en rencontrer de nouveau son identité culturelle, faisant un retour à ses origines, relèvent le concept de nation.
A Gloriosa Família de Pepetela retire matériel du passé nourrissant la fiction à travers la modélisation et la subversion des événements historiques, saisissent l’attention du lecteur jusqu’à la fin de l’intrigue. Concède à l’Histoire un nouveau sens en la démystifiant et essayant de montrer au lecteur que l’historiographie est toujours plus ou moins tendancieuse et dépend exclusivement de qui la raconte.
Ayant comme base la História Geral das Guerras Angolanas de Cadornega, le romancier «réécrit» l’Histoire de la période où s’insère son œuvre (les sept ans de domaine hollandais à Luanda) en l’utilisant pour critiquer, parodier et ironiser l’Histoire dont les vérités absolues ne sont pas toujours aussi objectives et impartiales que l’on désirait. 
L’art de l’auteur en modifier la tradition avec le but de la concilier avec la modernité, ayant en compte le rapport dialogique entre les deux textes, História Geral das Guerras Angolanas et A Gloriosa Família, bien comme l’objectif du romancier en induire le lecteur à reformuler sa lecture et questionner les faits historiques. Réfère encore l’espace de réflexion de l’auteur dans sa propre œuvre à propos de l’idée de nation. Néanmoins, la question fondamentale de cet œuvre est la réinterprétation de l’Histoire à travers la fiction de Pepetela et l’étude de la nouvelle version des faits historiques et questionnement des veritées absolues, et les stratégiques narratives convoquées pour cette fin.
Nous réfléchissons encore sur des problèmes actuels, comme la répression sexuelle et l’égalité de droits, à travers le narrateur et les personnages plus expéditifs, cultivés et progressistes, comme Matilde, Ambrósio ou encore la prostitué Angélica «beaux yeux» qui a eu une liaison avec le dernier. Assument une prise de possession contre ces attitudes pas très nobles et préjugées en considération au respect mutuel et aux choix et conduite de chaque individu. 
L’Église aussi n’est pas absous devant le regard critique de Pepetela. On met en lumière le scepticisme d’une religion qui a toujours été vue comme un exemple de purification, quand en vérité elle a besoin de passer par une phase de régénération si elle veut continuer à être le symbole et point de référence de ses croyants. 
Pepetela ose «déconstruire» l’Histoire et mettre a nu ses faiblesses et incongruités, résultat de l’imperfection et subjectivité humaines, faisant pour tel usage ou personnages référentiels, surmontant presque tous les chapitres de l’œuvre avec des épigraphes écrites par auteurs crédible pour attribuer plus grande véracité a sa reconstruction de l’Histoire. L’Histoire et la fiction s’engrènent, se mélangent à un rythme unissonant et parfait, absorbant complètement le lecteur, en l’amenant à se questionner où termine l’une et commence l’autre et quelle est la plus véritable ou la moins crédible.
Crée parallélismes entre les temps passés, présents et futures, dépassants les barrières temporelles, transcendant l’Histoire à travers des références à événements mythes et prophéties. La autoréflexivité est décidément présente dans les critiques que l’auteur dirige à la société hypocrite, aux politiques corrompus et dans les réflexions qu’il fait sur le besoin de créer une nation indépendante, placer sur des bases solides et consistantes, inspirées en un passé qu’autrefois a été noble et glorieux et qu’on prétend récupérer restaurent l’orgueil national. 
Au long des temps le concept d’Histoire s’est modifié, les faits autrefois incontestables et irréfutables, ont commencé à être questionnés et les vérités absolues critiquées, commençant l’ère de questionner l’Histoire. Ce changement de perspective, d’analyse et visualisation de l’Histoire questionne la connaissance incontestable de la même, proportionnant le surgir d’histoires alternatives, nous incitent à réfléchir sur des matières que jusqu'à maintenant étaient acceptées catégoriquement.
Mots clés: Angola; Pepetela; Tradition Oral Africaine; Patriotisme Idéologique; Orgueil National; «Desconstruction» de L’Histoire; Réinterprétation de l’Histoire; Idée de Nation; Corruption; Autoréflexion de l’Auteur.

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