segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Novas Instalações do CEHA (2)

A s instalações do CEHA situam-se nos números 6 a 10 da Rua das Mercês, no Funchal. O edifício é do século XVIII, sendo conhecido como Casa Jacquinet. Esta designação resulta do facto do seu proprietário, nos inícios do século XIX, ter sido Augusto Justiniano da Silva Amorim (1807-1902), filho de Lourenço Justiniano de Amorim, casado com Alexandrina Vasconcelos (1821-?), que era conhecido no Funchal como o Augusto Jacquinet.
De acordo com o Guia dos Monumentos do Funchal (coordenação de Diva Freitas, 2008), «Este imóvel constitui um marco relevante na arquitectura civil da cidade, pois segue as características gerais da arquitectura madeirense, com fachadas percorridas por beirais duplos e triplos e vãos alinhados e interligados de molduras sóbrias, sendo as do andar nobre encimadas por friso e cornija, conservando lamberquins decorados e rendilhados pintados de verde e branco.
«No interior destacam-se as tradicionais arcadas de cantaria mole nas lojas e no átrio central um pavimento empedrado a calhau rolado. O andar nobre, decorado com painéis de madeira pintados com vistas antigas do Funchal, também conserva numa das salas um antigo banco denominando “banco dos réus”, sendo tradição ali ter funcionado um tribunal.»
Na área da direcção, mais propriamente na Sala de Reuniões, as paredes estão envoltas em painéis pintados de autor desconhecido. Todavia, sabemos da existência de um retrato do seu proprietário, pintado por D. Manuel de la Cuadra, um artista sevilhano que viveu na Madeira entre 1897 e 1903. Este pintor, na curta estadia funchalense, que antecedeu a sua morte, foi professor da Escola Industrial do Funchal e fez várias pinturas e retratos, entre os quais se inclui o do proprietário deste espaço. Será que os painéis pintados são também da sua autoria? Esta é uma interrogação que deixamos para resposta dos especialistas...
Ao prédio antigo adicionou-se na área do quintal uma construção nova com espaço para biblioteca de consulta e investigação histórica, um auditório para 96 lugares sentados e uma área de depósito de livros da Biblioteca e de publicações do CEHA.
O edifício principal, que faz fachada com a rua das Mercês, é constituído de 2 pisos e uma torre. O primeiro piso está reservado aos serviços administrativos, enquanto o segundo fica para os gabinetes de investigação, onde teremos dois reservados para investigadores convidados ou visitantes. No rés-do-chão temos um espaço multimédia para doze utentes e uma área de exposições temporárias e venda de publicações do CEHA.
No espaço que resta ao ar livre do quintal fez-se um jardim, onde algumas plantas exóticas convivem com outras indígenas da Madeira. Também se estabeleceu um espaço para um mini-jardim de ervas aromáticas.
Ao fim de 25 anos de actividade o CEHA encontra definitivamente casa própria e condições para poder realizar um trabalho de investigação e divulgação dos estudos insulares com melhor qualidade. Esta nova realidade é a prova do empenho manifestado pelo Governo Regional da Madeira na afirmação do CEHA e o prémio merecido pelo labor dos últimos 25 anos.
Alberto Vieira

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