terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Projecto "O Deve e Haver das Finanças da Madeira"


O CEHA, no âmbito do projecto o Deve e Haver das Finanças da Madeira,  disponibiliza ao público relatórios e recolhas realizadas, no decurso de 2010 a 2012. 
Todo o acervo informativo do trabalho já reunido até ao momento está a ser disponibilizado na web e na INTRANET da Biblioteca Digital do CEHA.

Alguns dos relatórios, textos e informações que estão disponíveis:
SOUSA, José Luís de, 2012, A Casa Blandy. Contratos e negócios (1920-1974) (recolha de informação e registos notariais sobre a Casa Blandy Brothers, para o período em questão).
FREITAS, Marília Bruna Martins de, 2012, Orçamentos da Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal (1903-1976).

Alguns volumes da colecção já disponíveis:
VIEIRA, Alberto, 2012, Cronologia. A História das Instituições, Finanças e Impostos, Funchal.
VIEIRA, Alberto, 2012, Livro Das Citações do Deve & Haver das Finanças da Madeira, Funchal.
FARIA, Cláudia, ALVES, Graça, GOMES, Sandra, 2012, Paisagens Literárias (Quadros da Madeira), Funchal (versão em inglês).
VIEIRA, Alberto, 2012, Dicionário de Finanças Públicas. Conceitos, Instituições, Funcionários, Funchal; algumas entradas: Conta / Contrabando / Governo Regional.
VIEIRA, Alberto, 2012, Dicionário de Impostos. Contribuições, Direitos, Impostos, Rendas e Tributos, Funchal; algumas entradas: Direitos / Impostos / Revoltas / Leixões, porto de [1895].
VIEIRA, Alberto (Coordenação), 2012, Debates Parlamentares. 1821-2010, Funchal.

Consulte as páginas de divulgação de alguns dados já disponíveis do projecto:
http://www.madeira-edu.pt/ceha/tabid/2375/Default.aspx
http://odevehaver.blogspot.pt/
http://devehaver.weebly.com

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Conferência "A Vida a Bordo nas Naus da Carreira da Índia - Séculos XVI a XVIII", por Vítor Grácio (27-11-2012; 17:00)

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Nota Curricular

Vítor Manuel Loureiro Grácio
- 1974, Licenciatura em Ciências Militares Navais – Ramo de Administração Naval, pela Escola Naval
- 1981, Licenciatura em História pela Faculdade de Letras de Lisboa
- 1990 a 1996, Professor de História Naval na Escola Naval
- 1991 a 1996, Membro do Conselho Científico da Escola Naval
- 1993 a 1996, Professor de História Militar na Academia Militar
- 1993, Director de Instrução da Viagem de Cadetes do Curso Comodoro Cunha Aragão a bordo do Navio Escola Sagres
- 1995 a 2001, Foi responsável pela montagem de diversas exposições comemorativas do dia da Marinha, na Escola Naval e no Teatro Baltazar Dias, no Funchal, sobre diversos temas, designadamente: “O Almirante Carlos Testa e a Escola Naval, na 2ª. metade do Séc. XIX”;  Mostra Numismática e Medalhística em colaboração com a Imprensa Nacional Casa da Moeda e a Fundação das Comunicações “Navios e Navegadores dos Descobrimentos”; “A Marinha e a Madeira, 1900-1950; “A Farolagem da Madeira”;  “A Aviação Naval, Passado e Presente”
- É membro da Academia de Marinha, Lisboa
  
Resumo

A Carreira da Índia realizou-se durante mais de três séculos e meio, desde 1497 até meados do século XIX. Em muitos aspectos, a sua história continua por descrever. Perdas consideráveis, quer em navios, quer em vidas humanas, estão, ainda hoje, por avaliar. Nas relações que a propósito dos mais diversos acontecimentos de história naval então se escreveram, deram-se a conhecer os factos mais dramáticos ocorridos no mar, desde a batalha à simples navegação e ao naufrágio.
 Esta longa, precária e penosa viagem, demorava em média seis meses na melhor das hipóteses. A vida a bordo era marcada pela instabilidade; instabilidade física da plataforma que é o navio, sempre sujeito à ondulação e instabilidade das condições meteorológicas. Assim, era possível experimentar o deleite dum pôr do sol maravilhoso bem como o rugido das vagas alterosas; experimentar a ansiedade de uma navegação costeira ou o temor de encalhar em fundos traiçoeiros.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Conferência "Biblioteca Pública Regional da Madeira", por Maria da Paz Mendes de Azeredo Pais (20-11-2012; 17:00)

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Nota Curricular

Maria da Paz Mendes de Azeredo Pais. Diretora da Biblioteca Pública Regional da Madeira, licenciada em História, especialização em Ciências Documentais. 

Resumo 

O papel que a instituição desempenha junto da comunidade, da sua cidade e da Região Autónoma da Madeira. A comunicação tem por base a identificação e divulgação da missão da Biblioteca junto do público, nas duas vertentes que a caracterizam: biblioteca pública e biblioteca beneficiária do depósito legal. Queremos  mostrar à comunidade os projetos em que nos empenhamos, os resultados alcançados nestes últimos anos, e que propostas apresentamos para o futuro.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

terça-feira, 6 de novembro de 2012

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Conferência "As Nossas Pátrias", por Maria Beatriz Rocha-Trindade (07-11-2012; 18:00)

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Nota Curricular

Maria Beatriz Rocha-Trindade. Socióloga, Doutorada pela Universidade de Paris V (Sorbonne) e Agregada pela Universidade Nova de Lisboa (FCSH), foi Professora Catedrática na Universidade Aberta, onde fundou (1994) o Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais/CEMRI, Unidade de I&D da Fundação para a Ciência e a Tecnologia/F.C.T., do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. É autora de uma vasta bibliografia sobre matérias relacionadas com as migrações e colaboradora habitual de revistas científicas internacionais neste domínio e membro de diversas organizações científicas portuguesas e estrangeiras. É titular da Ordre National du Mérite, de França, com o grau de Chevalier, e da Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, de Portugal.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Newsletter do CEHA N.º 15


Conferência "A literatura de recepção infanto-juvenil na Madeira: percursos e discursos", por Leonor Martins Coelho (23-10-2012; 17:00)

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A literatura de recepção infanto-juvenil na Madeira: percursos e discursos


Depois de uma breve problematização teórica em torno da questão da literatura (de recepção) infanto-juvenil, pretende-se com esta intervenção abordar, de forma diacrónica, os principais artefactos impressos que visam a Infância e a Juventude.

Os artefactos dirigidos aos mais novos passam de uma vertente pedagógica e edificante (século XIX) para uma vertente lúdica e apelativa (sobretudo os que correspondem ao boom desta literatura na Ilha, nos anos 90 do século XX). Sem descurar o valor instrutivo, sublinhando, sobretudo, o devaneio, a criatividade e a imaginação, os escritores tendem a abordar temas e assuntos que permitam ao jovem leitor compreender e reinterpretar o mundo que o rodeia.

Trata-se de uma literatura em movimento cujos escritores, privilegiando quase sempre a vertente narrativa, fazem destes livros meios que permitem ao leitor adquirir múltiplas competências: culturais, literárias, comunicativas, interpretativas ou mesmo afectivas. Com efeito, quer os contos, quer as narrativas que assentam na formula fiction são marcos fundamentais de uma literatura que já não é menor. Apesar de a poesia ter ainda pouca visibilidade, as narrativas não deixarão de propor uma escrita poética e encantatória.

Para além do mais, com a participação dos ilustradores, os livros tornam-se cada vez mais aliciantes. De facto, na correspondência das linguagens - textual e icónica - a beleza da língua e o policromático das ilustrações contribuem não só para a qualidade da textura do próprio objecto, como também para captar a atenção do público-alvo.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Conferência "A Questão Religiosa na I.ª República", por Gabriel de Jesus Pita (09-10-2012; 17:00)

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Resumo

Abordagem sumária do conflito entre a Igreja Católica e o Estado republicano, com incidência especial na Madeira e relevando três aspectos: as pensões concedidas pelo Estado, as penas que foram aplicadas a membros do clero, por desrespeito às leis da República, e a espoliação dos bens da Igreja. A comunicação tem por base a investigação feita no Diário do Governo e Diário de Notícias, do Funchal.

Nota Curricular

Gabriel de Jesus Pita. Professor aposentado da Escola Secundária Jaime Moniz, tem também se dedicado à investigação de temas de História Contemporânea. Licenciou-se em História, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e na mesma universidade concluiu o Mestrado em História Contemporânea, com a dissertação «A Igreja Católica e o nacionalismo português do Estado Novo. A revista Lumen, 1937-1945». Colaborou em várias revistas e no Diário de Notícias, do Funchal, com temas da sua especialidade, fez várias comunicações, nomeadamente no Centro Cultural John dos Passos, Centro de Estudos de História do Atlântico e na RTP-Madeira, colaborou na História da Madeira (2001), dirigida pelo Doutor Alberto Vieira, e publicou alguns estudos sobre o concelho da Ponta do Sol: A Freguesia dos Canhas, um contributo para a sua História (2003); S. Tiago Menor, o primeiro orago da paróquia dos Canhas (2007); Notas Históricas e outras estórias da Ponta do Sol – colectânea de textos do Padre João Vieira Caetano (2007); A Freguesia dos Canhas, um olhar da História (2011).

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Debate "Escrita, Escritores e a Madeira" (04-10-2012; 19:00)

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A escrita da ilha gera-se entre o arrepio das paredes das montanhas e a liquidez azul do infinito. É assim mesmo?  Há uma literatura madeirense? E uma literatura atlântica? Sobre o que  (não) escrevem os autores daqui?

Porque em toda a palavra está o silêncio dessa
palavra.
Como um buraco dentro do buraco, o ouro
dentro do ouro


HELDER, Herberto, 1990, Poesia Toda, Assírio & Alvim.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Conferência "A Vida Material na Ilha da Madeira na Segunda Metade do Século XVIII", por Filipe dos Santos (02-10-2012; 17:00)

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Resumo
Exploração de alguns tópicos relativos à vida material da Madeira na última metade de Setecentos: Espaço(s); População; Comunicações; Relação Homem / Meio; Comércio Externo; Crises de Subsistência; Alimentação


Filipe dos Santos
Técnico Superior de História – Secretaria Regional da Cultura, Turismo e Transportes (Região Autónoma da Madeira) – Centro de Estudos de História do Atlântico (CEHA); Mestre em Estudos Locais e Regionais, com a dissertação subordinada ao tema O Sal na Ilha da Madeira na Segunda Metade de Setecentos – Penúria, Poder e Abastecimento (Faculdade de Letras da Universidade do Porto), editada pela CEHA. Sítio pessoal: https://sites.google.com/site/filipedossantoshomepage/.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

terça-feira, 3 de julho de 2012

Debate "A Viagem" (05-07-2012; 19:00)

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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Conferência "Mar, Veleiros e os Novos Navegadores", por Leonel Martinho de Nóbrega (03-07-2012; 19:00)

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Resumo

Breve enquadramento histórico dos Grandes Veleiros do Mundo e o singular património marítimo, o deslumbramento das vivências nas várias regatas dos tall ships, tipo de embarcações, milhares de raparigas e rapazes vindos de todas as latitudes do Mundo para uma aventura inesquecível, o desfile das tripulações nas cidades de acolhimento, os festivais naúticos com concertos, provas desportivas e animação para satisfazer todos os gostos, e desfiles navais de embarcações (muitas centenárias), o desafio de poder ir ao leme, subir ao mastro mais alto do veleiro, a aprendizagem sobre as mais variadas técnicas de navegação, conhecer novas pessoas, culturas e cidades, dando ênfase à regata dos The Tall Ships Races – 2012, que uma vez mais vem à capital de Portugal, de 19 a 22 de julho, p.f., uma organização da Sail Training International, centrando, também, as nossas raízes históricas de Ilhéus, que remontam há cerca de seis séculos – para a cidade do Funchal – com o seu marco na profunda ligação natural e humana com o Mar. 

Nota Curricular

Leonel Martinho de Nóbrega. Natural das Queimadas, Concelho de Santana, Madeira, nasceu em Novembro de 1946. Possui formação na área dos audiovisuais: Curso de Vídeo: “As Tecnologias audio-visuais na Formação” e “O Vídeo ao Serviço do Formador” - bem ainda nos domínio do Cinema - na qualidade de projeccionista.
Possui também formação na área da fotografia, tendo dedicado desde muito jovem, guiado por um sentimento de ILHÉU, ligado ao mar, olhando a linha do horizonte para contemplar o chegar e o partir dos navios, tendo também presente a grandiosa Epopeia dos Descobrimentos Marítimos Portugueses, dedicou-se com grande entusiasmo à recolha de material fotográfico temático – os grandes veleiros do mundo com particular incidência nos navios escola.
Assim, deslocou-se a várias latitudes do mundo, por ocasião de eventos comemorativos de âmbito internacional, designadamente: o “Bicentenário da Revolução Francesa” (1989); Grande Regata “COLOMBO/ 92”, (500 anos da Descoberta da América); “Regata do Ano do Infante D. Henrique” (1994); “Regata Vasco da Gama Memorial” (1998, comemorativo do 5º Centenário da Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia, por ocasião da “EXPO 98”); “Regata BRASIL 500” (2000, Pedro Álvares Cabral, comemorativa dos 500 anos do achamento do Brasil); “Regata do Jubileu”, (2006, comemorativa do 50º aniversário da grande regata Cutty Sark); “Funchal 500 Tall Ships Regatta 2008”, comemorativa dos 500 anos da cidade capital da Região Autónoma da Madeira); e, muitas outras regatas internacionais, então denominadas: “CUTTY SARK” - hoje, TALL SHIPS RACES - de grandes veleiros do mundo, fotografando nos mais emblemáticos portos, a saber: Funchal, Lisboa, Porto, Aveiro e Portimão / Portugal, ; Rouen, Toulon, Saint-Malo e Brest / França; Cadiz, Alicante, Barcelona e Corunha / Espanha; Plymouth, Liverpool e Londres / Grã Bretanha; Nova Iorque e Boston / EUA; Antuérpia / Bélgica; Amesterdão / Holanda, entre outros.
Do grande espólio fotográfico temático, organizou várias exposições individuais, tendo, também participado em diversas mostras colectivas, referenciando apenas as individuais: “As Grandes Escolas do Mar” em julho/90, no Átrio doTeatro Municipal do Funchal; e, Casa do Povo da Boaventura em abril-maio/92; Salão Paroquial do Estreito de Câmara de Lobos em junho/92; no Porto Santo em agosto/92; novamente no Teatro Municipal Baltazar Dias, Salão Nobre, no âmbito das Comemorações do Dia da Região, em julho/93; na mesma data, mas no Átrio do Teatro Municipal Baltazar Dias “De Paris a Nova Iorque”; No salão Nobre da Câmara Municipal de Câmara de Lobos “Viagens...” em dezembro/94; “Retratos do Mundo” no Curral das Freiras em junho/95; “O Navegador de Sagres” Escola Francisco Franco em março/95; Escola Básica e Sec. Pe. Manuel Álvares em outubro/95; Casa da Cultura de Santa Cruz de 5/fevereiro a 4/março/96; Escola B+S Bispo D. Manuel Ferreira Cabral em maio/96; na Casa da Cultura de Santa Cruz “150 anos – 150 colecções” exposição filatélica e fotográfica, para assinalar na Região os 150 anos de emissões filatélicas dos CTT-Correios de Portugal, de 17/outubro a 30/nov./2003; “Fábrica da Fantasia” exposição fotográfica e documental com o objectivo de homenagear duas figuras do Cinema Português – Virgílio Teixeira e Manoel de Oliveira, de 20/setembro a 10/nov/2002; “Funchal 500 Tall Ships Regatta 2008” de 14/janeiro a 5/fev./2008; no salão nobre do Teatro Municipal Baltazar Dias “Tall Ships Race – Funchal 500 anos – Na Rota dos Grandes Veleiros” de 3 a 26/out./2008.
Ao longo das últimas duas décadas recebeu medalhas de ouro, prata e bronze e duas menções honrosas do Município do Funchal. Obteve o 47º lugar no concurso internacional de fotografia “Voile en Seine”, na cidade de Rouen/França, num conjunto de 3 600 trabalhos em mais de 400 fotógrafos. Tem fotos publicadas em revistas temáticas (nacionais e internacionais), e, em exibição, no Museu dos Transportes do Porto. Medalha de bronze Diário Notícias – revista/92 e de prata em 1995. Distinguido pelo Governo Regional da Madeira em dez./93 com o “Galardão Cultural”, pela recolha fotográfica temática de navios à vela de todo o mundo.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Conferência "Turismo de Cruzeiros no Porto do Funchal", por José Felisberto Gouveia Almeida (19-06-2012; 17:00)

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Resumo

O porto do Funchal é uma realidade recente. Historicamente podemos considerar que existe porto desde o final do Século XIX, muito embora já com D. José I tivesse havido uma Determinação real para proceder à construção de uma infraestrutura portuária, o que só parcialmente foi cumprido, num processo apenas terminado em 2011.
Até aí e desde a colonização, o desembarque de pessoas e bens era feito no calhau, ao ritmo e sabor das levadias e dos estados do mar e da força humana, numa tradição que ficou expressa em inúmeras obras e registos de viagem e igualmente no Pilar de Banger, mandado construir por um britânico, como base de guindaste para descargas.
No século XX, o porto do Funchal, ao mesmo tempo que era local de comércio e descarga de mercadorias, assim como de passageiros, foi progressivamente assistindo ao surgir de um novo conceito em matéria de turismo, não já apenas e só como mero transporte, mas tendo como objetivo o cruzeiro.
Neste início do século XXI, o nosso porto assiste à confirmação plena da sua nova vocação, a de cais de chegada e partida de navios de cruzeiro e dos navios que se dedicam a essa indústria, navios esses cada vez maiores e mais especializados, num movimento crescente de praticantes de uma nova e completa modalidade de férias, o turismo de cruzeiro.
Todos conhecemos, ou julgamos conhecer o nosso porto, realidade omnipresente ante os nossos olhos de ilhéus. Será que conhecemos a atividade que neste momento é a sua principal área de negócios e de investimento? Sabemos quais as motivações dos turistas que nos visitam? O porto do Funchal e a RAM são um destino per si? Existem por si próprios?
Muitas destas interrogações apenas poderão ser respondidas se tivermos um perfil tão adequado quanto o possível desses visitantes, assim como dos armadores e do negócio em geral, negócio esse cada vez mais global e globalizante, não podendo a escala Madeira ficar apenas na expectativa de visitas sem tem ter uma palavra a dizer na definição do produto.
Para tal concebemos um inquérito, o qual foi feito em colaboração com a APRAM, o SNATTI e a EUROMAR, assim como com outros intervenientes nesta cadeia de valor, tendo nós, conceptores e aplicadores do mesmo, procurado seguir uma linha de orientação que nos permitisse a comparação dos resultados, com inquéritos desenvolvidos anteriormente.
A nossa apresentação de hoje pretende, e esperamos que o consiga, dar a conhecer os seus resultados assim como guiar os nossos ouvintes na descoberta deste universo económico, assim como os sensibilizar para que um destino deixa de o ser apenas em si, se não tiver uma estratégia de envolvimento e atração dos visitantes para a sua realidade e desideratos.
Só assim, com o envolvimento de todos, desde os cidadãos em si, como dos comerciantes e suas associações de classe, das entidades oficiais do turismo e da cultura, das autarquias e das autoridades portuárias, será possível consolidar a escala Funchal, como um destino em si e não apenas como um mero apeadeiro na descida para as nossas vizinhas Canárias.
Espero responder às Vossas questões. Estou grato pela Vossa presença.

Nota Curricular

José Felisberto Gouveia Almeida
Local / Data de Nascimento: Lisboa / 12 de Julho de 1949
Formação Académica:
1981 – Licenciatura em História
Instituição: Universidade de Lisboa – Faculdade de Letras
Nota: 15 valores
2012 – Mestrado em M.E.R.L. (Mestrado Estudos Regionais e Locais)
Instituição: Universidade da Madeira – UMa
Nota: 17 valores
Prepara Doutoramento na área de Economia e Marketing de produto (Cruzeiros)
Percurso Profissional:
Abril de 2008, até hoje: Aposentado da Administração Pública
07 de Outubro de 1970 até 31 de Março de 2008 – Funcionário Público
Objectivos de vida: Valorizar a vida, ajudar os outros e progredir intelectualmente.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Conferência «Ilha do Porto Santo: Estância Singular de Saúde Natural", por João Baptista Pereira Silva (05-06-2012; 17:00)

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Resumo

A ilha do Porto Santo do arquipélago da Madeira possui um conjunto de recursos naturais que vêm sendo estudados ao longo de vários anos e, cujas especificidades singulares sendo reveladoras de potenciais e efectivos impactes positivos na saúde humana. Tais factos, motivaram aos investigadores Celso Gomes e João Baptista, a atribuir ao Porto Santo a designação de Estância Singular de Saúde Natural e a coligir e divulgar num livro escrito em Português e Inglês os resultados dos estudos entretanto efectuados. Alguns desses recursos, caso da areia especial da excelente praia (ex-libris do Porto Santo) e da água de nascente da Fontinha, foram objecto de uso tradicional, mas empírico, ao longo de muitos anos, com reconhecidos benefícios na terapêutica de certas afecções de saúde. Os investigadores referidos, com a colaboração de outros cientistas de distintas áreas de saber, têm conduzido investigação multidisciplinar no sentido de encontrar argumentos de carácter técnico, científico e clínico justificativos do interesse terapêutico, não só dos recursos antes referidos mas, também de outros, igualmente singulares. A informação obtida, em parte já divulgada em reuniões científicas nacionais e internacionais, tem sido usada por empresários dos ramos da hotelaria e do turismo para o desenvolvimento de infra-estruturas (por exemplo, Centros de Geomedicina, Centros ou Resorts de Saúde Natural e Spas) e para programas de Turismo de Saúde, que têm tido a participação de pacientes oriundos, essencialmente, por ora, de países nórdicos (Noruega, Dinamarca, Finlândia, Suíça e Suécia).
Desde 2006 que João Baptista com outros investigadores da Unidade de Investigação GeoBioTec da FCT, sedeada na Universidade de Aveiro, e do Centro de Tecnologia Farmacêutica da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, tem estado envolvido no desenvolvimento de formulações de dermofármacos e dermocosméticos, genuínos e diferenciadores, tendo por base areia carbonatada biogénica, argila do tipo bentonite, água do mar e água de nascente do Porto Santo.
A ilha do Porto Santo possui, igualmente, geosítios de características singulares e outro património natural deveras interessante, que têm sido estudados tendo em vista a sua integração em roteiros de turismo da natureza (ecoturismo e geoturismo). Este tipo de património, bem como o património construído, possibilitam a ocupação de boa parte dos tempos livres dos indivíduos participantes nos programas de Turismo de Saúde.
Na conferência será dado conhecimento do aproveitamento e aplicação dos recursos naturais do Porto Santo em Centros de Geomedicina, em Resorts de Saúde Natural e em SPAs.


Nota Curricular

João Baptista Pereira Silva. Licenciatura em Engenharia Geológica e  Doutoramento em Geociências na Universidade de Aveiro.
Autor de vários livros e artigos científicos.
Na qualidade de especialista em áreas e domínios das Ciências da Natureza conta com 153 comunicações apresentadas a nível regional, nacional e internacional.
É consultor técnico de diversas empresas ligadas à indústria extractiva e transformação de pedra natural, de geoengenharia e obras públicas e, unidades hoteleiras com Centros de Bem-estar (spas) e Clínicas de Geomedicina. É Director Técnico de várias obras de arte concebidas em pedra natural.
É o Director das empresas Madeira Rochas - Divulgações Científicas e Culturais e da EnGeoMad – Geoengenharia e Consultadoria, criadas em 1997 e em 2000, respectivamente.
Autor e apresentador das séries televisivas de divulgação científica e cultural “O tempo escrito nas rochas”, em 2007 e “Pedras que falam” no ano de 2011.
Desde 2003 até 2008 foi membro do Centro de Investigação “Minerais Industriais e Argilas” e a partir de 2008 é membro do Centro de Investigação GeoBioTec, sendo ambos os Centros da Fundação para a Ciência e Tecnologia, estando sedeados no Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Conferência "A Obra de Raúl Chorão Ramalho no Arquipélago da Madeira", por Emanuel Gaspar (29-05-2012; 17:00)

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Resumo

O fim da 2.ª Guerra Mundial, com o consequente despertar das democracias e uma oposição revigorada pela derrota do fascismo na Europa, conduz a uma certa agitação cultural que, em Portugal, no campo da arquitectura, vai determinar uma reflexão sobre a arquitectura moderna no país.
Esta reflexão resulta, essencialmente, em três acontecimentos determinantes: o livro do arquitecto Fernando Távora “O problema da Casa Portuguesa”, de 1947; o I Congresso Nacional de Arquitectos em 1948; e, o mais significativo de todos eles, o inquérito à “Arquitectura Popular em Portugal” elaborado pelo Sindicato Nacional dos Arquitectos e publicado em 1961. Eventos que vão desencadear uma viragem na cultura arquitectónica portuguesa.
Surgida no pós-guerra, a segunda geração de arquitectos modernistas portugueses opõe-se ao neo-regionalismo materializado na suposta Casa Portuguesa que floresceu, na primeira metade do séc. XX, divulgada sobretudo pelo Arq.to Raul Lino. Fruto de uma visão arquitectónica algo limitada, algum atraso cultural e ideologia política dominante, que reduziam a questão da arquitectura regional portuguesa a uma colectânea de elementos típicos das diversas regiões para a composição das fachadas, a Casa Portuguesa resultava de um amaneiramento das formas e de um somatório de variados pormenores decorativos que a tornavam pitoresca.
Aquela 2ª geração de arquitectos modernistas recusam a arquitectura monumental-simbólica do Estado Novo e assumem a linguagem do Movimento Moderno Internacional seu contemporâneo. Rejeitam o ecletismo da arquitectura académica e os valores de temporalidade e tradição que ela sugere. Admiram Le Corbusier, Gropius, Mies van der Rohe, Alvar Alto e deixam-se contagiar pela moderna arquitectura brasileira. Procuram o racionalismo, a funcionalidade, a luminosidade e a expressividade.
Os já mencionados e determinantes eventos na Arquitectura Portuguesa vão ditar o fim do mito da nostálgica Casa Portuguesa, pastiche do falso regionalismo.
Integrando-se nas novas concepção estética e consciência teórica surge o trabalho pioneiro do Arqt. Raúl Chorão Ramalho no Arquipélago da Madeira. Diplomado pela Escola de Belas-Artes do Porto (EBAP) em 1947, mesmo antes de terminar o curso, trabalhou com Faria da Costa e Keil do Amaral nos Serviços de Urbanização da Câmara Municipal de Lisboa. Autor de diversas obras por todo o país, a sua produção assenta em larga escala na Ilha da Madeira, nomeadamente no Funchal, para onde veio inicialmente trabalhar (1944) numa missão da Direcção Geral dos Serviços de Urbanização e, simultaneamente, para a Comissão Administrativa dos Aproveitamentos Hidráulicos da Madeira, órgãos dependentes do Ministério das Obras Públicas. Em 1946 é membro fundador do ICAT (Iniciativas Culturais, Arte e Técnica) e participa na I Exposição Geral de Artes Plásticas com uma casa de habitação. Em 1948 participa no I Congresso Nacional de Arquitectura e na III Exposição de Artes Plásticas, com fotografias da remodelação da Cervejaria Trindade, em Lisboa. É membro do júri da selecção e premiação da II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian realizada em 1961 e que pela primeira vez integra projectos arquitectónicos.
Na Madeira, à semelhança do que aconteceu no resto do país, o primeiro e tímido modernismo dos anos 30 é interrompido pela arquitectura do Estado Novo e pelos valores de tradição dos anos 40.
O arquitecto Chorão Ramalho vai afirmativamente implantar a arquitectura modernista na ilha, numa simbiose com a arquitectura vernácula. Vai retomar o tema da Casa Portuguesa (casa regional), não no sentido da casa tipologicamente reproduzível e mimética, mas procurando incorporar na sua moderna arquitectura lições construtivas regionais. Observando e estudando atentamente a arquitectura local, popular vernácula e erudita, atenta às técnicas construtivas locais, aos materiais regionais, à ligação à Natureza que a casa madeirense revela e à sua forma de implantação no terreno, bem como a sua relação com o clima. Absorve, de uma forma expressiva e funcional, materiais locais como a cantaria, o calhau rolado, os tapa-sóis ou a cobertura em “salão”. Atende à memória, à tradição local, sem nunca deixar de fazer uma arquitectura de linguagem moderna do seu tempo. A sua inovadora arquitectura denuncia respeito pela cultura local e evidencia uma clara dialéctica entre tradição e futuro, modernidade e história.
Ao analisarmos os seus inúmeros projectos para a Madeira verificamos que num primeiro momento a sua obra na Madeira se filia no Estilo Internacional, para numa segunda altura a sua produção acultura-se, contextualizando-se tendo, a partir dos anos 70, tornado-se mais expressivamente brutalista.
Como grande parte dos seus edifícios são públicos, Chorão Ramalho preocupou-se em projectar obras para durar, que resistissem à passagem do tempo e que fossem moldáveis e adaptáveis a uma provável expansão dos serviços.
Nas diversas obras constatamos uma clara intenção de pluridisciplinaridade das várias expressões artísticas que Chorão Ramalho pode enfatizar graças à sua relação privilegiada com a elite artística da época, fruto da suas participações nas diversas Exposições Gerais de Artes Plásticas.
Entendidas como obras de arte integradas na arquitectura, fazendo parte de um todo, estas expressões plásticas ajudam a animar a austeridade dos espaços.
Só recentemente surgem no arquipélago exemplares significativos, que na senda de Chorão Ramalho, ancoram a arquitectura contemporânea à arquitectura popular regional.
Chorão Ramalho marcou uma época e uma região, funcional e eticamente, sem alinhar incondicionalmente nas “modas” vigentes. A sua obra no Arquipélago da Madeira constitui património arquitectónico de grande relevância, pela mestria, subtileza, elegância, erudição e aproximação ao meio envolvente que revela.
Este profissional é uma referência na arquitectura da segunda metade do Séc. XX na Madeira e em Portugal, pela qualidade da sua arquitectura, pela coerência entre forma, função e construção e pelo respeito que sempre manifestou pelas memórias e tradições arquitectónicas locais.


Nota Curricular

Emanuel Gaspar é natural de Machico, Madeira. Licenciatura em História da Arte pela Universidade do Porto, em 1996, e com mestrado em Arte e Património, pelo Departamento de Arte e Design da Universidade da Madeira, em 2008, com a classificação de 19 valores.
Professor efectivo do ensino básico e secundário com o cargo de Coordenador do Departamento das Ciências Humanas e Sociais.
Responsável pela Secção do Património da Associação de Arqueologia e Defesa do Património da Madeira (ARCHAIS).
Orador de conferências e formações sobre o património móvel e imóvel da Madeira.
Autor de projectos de classificação de edifícios históricos da Região Autónoma da Madeira.
Tem vários trabalhos publicados na área do Património Cultural e é responsável pela elaboração de alguns inventários concelhios do Património Imóvel.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Conferência "Urbanismo e Arquitetura na Madeira de inícios do século XX", por Teresa Vasconcelos (23-05-2012; 17:00)

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Resumo

Ao Urbanismo e à Arquitetura de inícios do século XX na Madeira, e à cidade do Funchal em paticular, se associa o nome do arquiteto Miguel Ventura Terra, através da realização do Plano de Melhoramentos para o Funchal de 1913-1915.
Trata-se de um documento que prevê a remodelação da cidade do Funchal e que denuncia a maturidade urbanística de um dos grandes arquitetos portugueses do início do século XX. Ventura Terra baseia-se na ideia de modernização das cidades aplicando os conceitos correntes do urbanismo francês da época, como sejam os grandes eixos viários retilíneos (os “boulevards”), as rotundas de distribuição viária, as amplas praças e os parques na periferia da cidade. O plano reflete o ideário republicano do arquiteto e as intenções iniciais, socializantes, da 1.ª República. Porém, a realidade insular da época não se encontrava à altura de tão grande visão, tendo-se deparado com dificuldades iniciais de implementação.
Em 1932 o arquiteto modernista Carlos Ramos retoma algumas das propostas do seu mestre, no Plano de Urbanização para o Funchal de 1931-1932. Nos anos trinta-quarenta o moderno projeto de Ventura Terra merece grande impulso pela mão do autarca Fernão de Ornelas. Na cidade ocorrem intensas transformações urbanísticas que trazem à Madeira novos valores da arquitetura e do urbanismo português. Ao longo do século XX o Funchal moderniza-se tendo por base, embora com alguns ajustes, o Plano de Melhoramentos do arquiteto Ventura Terra.

Nota Curricular

Teresa Maria Teixeira Mendes Vasconcelos é natural do Funchal.
Estudou Artes Plásticas/ Pintura e Design/Projectação Gráfica no Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira. Iniciou a sua carreira docente em 1985 no agrupamento de Artes. Desempenhou funções de Designer no Departamento de Artes do Diário de Notícias do Funchal, em 1995. Concluiu o Mestrado em História e Cultura das Regiões, vertente História da Arte, na Universidade da Madeira, em 2006, com a tese “O Plano Ventura Terra e a Modernização da Cidade do Funchal”, tendo sido aprovada por unanimidade com a qualificação de Muito Bom. Trabalho posteriormente editado pela empresa “Funchal 500anos” em Maio de 2008.
A convite do Museu Photografia-Vicentes participou no projecto Memória Digital Atlântica, Interreg IIIB Açores, Madeira e Canárias, tendo, em Junho de 2007, proferido  a comunicação: “Fotografia na Madeira: os primeiros fotógrafos profissionais”.
Ultimamente tem proferido várias comunicações:
Em Março de 2008, a convite do Grupo de História da Escola Gonçalves Zarco, proferiu a comunicação: “Um Olhar Moderno sobre a Cidade Quinhentista”; em 2009, a convite da APH, no Arquivo Regional da Madeira, efectuou a comunicação “O Plano Ventura Terra”. Em Maio 2010, na Escola Jaime Moniz proferiu a comunicação: “O Contributo de Ventura Terra no Planeamento Urbanístico da Cidade do Funchal”. Em outubro de 2010 participou no Seminário A República e os Republicanos na Madeira (1880-1926), com a intervenção: “Miguel Ventura Terra, um Arquitecto Republicano na Madeira”, que se realizou no CEHA.
Colaborou na Newsletter, n.º 6, do CEHA com o artigo: “A Capela de Nossa Senhora da Conceição no Monte”.
Presentemente é professora efectiva na Escola Secundária Jaime Moniz desempenhando as funções de Delegada do Grupo de Artes e Coordenadora do Departamento de Expressões.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Conferência "O Re-nhau-nhau – Um modo madeirense de sátira social e política (1929-1977)", por Emanuel Janes (15-05-2012; 17:00)



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Resumo

O trabalho que nos propomos realizar é salientar a importância que teve o trimensário humorístico madeirense Re-nhau-nhau, jornal de caricaturas, que gira em torno da caracterização do Zé Povinho da Madeira, que pelas suas características próprias comuns ao Madeirense como Ilhéu, tratamos por: ZÉ MADEIRENSE.
Salientaremos o papel e a importância que esse estereótipo teve no sucesso do periódico, a relação com ele, e o papel que desempenhava na sociedade madeirense de então.
Re-nhau-nhau era um jornal que fazia parte da vida das pessoas de bom gosto, das pessoas que sabiam ler nas entrelinhas, devido até a uma necessidade imposta pela política de então. Sem ele: "a vida da Madeira seria um árido deserto com meia dúzia de camelos que jogam à batalha naval nas mesas do Golden Gate".
É de salientar a longa duração deste periódico (48 anos), período de tempo pouco habitual para este tipo de jornalismo e numa região como a Madeira, pouco dada a estes propósitos, e mais ainda se pensarmos que ele sobreviveu, durante quase toda a sua vida, debaixo de uma apertada Censura que não permitia a ninguém a ousadia de sair fora dos limites por si impostos.
Este periódico durou de 16 de Dezembro de 1929 até 20 de Dezembro de 1977, cumprindo sempre os ideais com que inicialmente se apresentou, apenas com algumas ligeiras alterações de direcção e administração, devido à morte de João Miguel e de Gonçalves Preto. A partir de 1959, com a morte de João Miguel, a administração passou para os seus herdeiros, e a partir de 1971, com a morte de Gonçalves Preto a direcção passou para Maria Mendonça que, por motivo de grave doença o abandonou, algum tempo depois, em favor de Gil Gomes.
E assim surgiu o Re-nhau-nhau, periódico que transformaria a forma de fazer jornalismo na Madeira, enfeudada a certos senhores todo poderosos que tudo faziam para emperrar a livre iniciativa.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Exposição "The blind spot", de Flávio Martins (10-05-2012 a 23-05-2012)


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The Blind Spot
Flávio Martins


«O projeto "The blind spot" ou "O Ponto cego" é um projeto individual que explora os efeitos visuais provocados pela projeção de imagens próximas
do universo da Optical Art através de vídeo-projeção.
Os efeitos visuais projetados progridem num determinado período de tempo enfatizando o movimento de formas "alucinatórias", pretende-se criar um momento psicadélico de fruição.
Por sua vez, o projeto explora uma relação de simultaneidade entre o som e a imagem (digital e electrónica) pautada entre situações de silêncio e ruído.
O objecto que recebe a projeção consiste numa "caixa retangular" (25x150x50 cm) de laterais oblíquas (45 graus aproximadamente).
O ponto cego é o nome científico dado a uma pequena concavidade da retina que incapacita o indivíduo de ver num determinado ângulo, deste modo, "The blind spot" explora a capacidade do espectador conseguir ver ou não determinados os efeitos visuais projetados.»


Em exposição no Centro de Estudos de História do Atlântico
Rua das Mercês 8, Funchal
10 a 23 de Maio de 2012

Exposição "Corpo e Espírito", de Carlos Mata (10-05-2012 a 31-05-2012)


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Corpo e Espírito
Carlos Mata

«O meu projecto consiste numa catarse, feita através da minha visão da sociedade. É um projecto de desenho.
Corpo e Espírito é um conjunto de desenhos que representam algumas das problemáticas presentes na vida do ser humano e com signos que interagem com ele. Isto é, problemas adquiridos pela convivência em sociedade. Este desenho serpenteia entre o Naif e o expressionismo.
O trabalho consistirá numa narrativa vista em panorâmica, com dimensões variáveis (ideal para paredes até 5 metros de largura).
O meu trabalho tem fortes influencias da Art Brut, Bad Painting, Graffitti e até Tattoo.
É um desenho rápido, espontâneo, tal como a Art Brut, que é desenhar sem qualquer tipo de ensaio.
Neste trabalho podemos encontrar vários elementos comuns ao ser humano, no sentido metafórico, tais como as lâmpadas que representam a ideia, a caveira não só como morte mas como representante de uma vida, ou de um individuo sem face. Olho humano também está muito persente pois é um dos veículos para transmitir a informação visual para o cérebro humano. Tudo isto como uma forma de criticar a sociedade de massas, e a inércia que provoca ao ser humano de forma a deixar de pensar sobre problemáticas sociais e importantes.»



Em exposição no Centro de Estudos de História do Atlântico
Rua das Mercês 8, Funchal
10 a 31 de Maio de 2012

segunda-feira, 7 de maio de 2012

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Conferência "A Casa da Cultura de Santa Cruz", por Nélio Nunes (02-05-2012; 17:00)

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Nota Curricular

José Nélio Pires Nunes. Natural de Santa Cruz, é licenciado em História e Ciências Sociais na Universidade do Minho e, em 2000, conclui uma pós graduação em Direito Regional. Em 1988, iniciou a sua atividade profissional como docente de História no Liceu D. Maria II, em Braga, tendo posteriormente sido docente na Escola Básica e Secundária de Machico. Desde 2000 é coordenador da Casa da Cultura de Santa Cruz, organizando exposições e conferências. Foi igualmente responsável pela Revista Origens. A partir de 2006 integrou os quadros da Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz e, em 2009, assumiu o cargo de Provedor da instituição. 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Conferência "A Casa Blandy - Contratos e Negócios (1920-1974)", por José Luís de Sousa (17-04-2012; 17:00)

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Resumo


A partir dos elementos recolhidos nos Livros de Notas dos Notários do Funchal, fundamentalmente do 1.º Cartório Notarial do Funchal, foi possível analisar o tipo de contratos que a firma "Blandy Brothers & C.ª Lda." realizou durante as cinco décadas que nos propusemos estudar. A estratégia delineada tinha um objectivo bem definido: investir nas áreas mais promissoras da economia madeirense.

Nota Curricular


José Luís de Sousa. Nascido a 4 de Agosto de 1952 na freguesia de Santa Maria Maior, concelho do Funchal, é licenciado em História pela Universidade de Lisboa. Cumpriu Serviço Militar no Norte de Angola nos anos de 1974 e 1975, mobilizado pelo BC – 10, sedeado nem Chaves. Trabalhou numa importante Instituição de Crédito, durante vinte e dois anos e, entretanto, depois de licenciado, optou pela carreira docente, quando pertencia ao Quadro de Nomeação Definitiva da Escola Secundária do Funchal (depois, Escola Básica do 2.º e 3º. Ciclos do Funchal). Presentemente, faz parte do corpo docente da Escola Básica do 3.º Ciclo e Secundária de Gonçalves Zarco, no Funchal. Desde Janeiro de 2009 que se encontra a prestar serviço no CEHA, na área da investigação, em situação de Destacamento, conforme despacho de Sua Excelência o Senhor Secretário Regional da Educação.

Congresso Internacional 500 anos Diocese do Funchal: "A Primeira Diocese Global: História, Cultura e Espiritualidades" (18, 19 e 20 Setembro 2014)

Ver Prospecto aqui.
Ver Ficha de Inscrição aqui.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Ciclo de Debates "As Artes na Madeira": Sessão I - Artes Visuais (12-04-2012; 19:00)

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Notas Biobliográficas dos Participantes

DUARTE ENCARNAÇÃO:
Duarte Encarnação é um artista visual e docente universitário, nascido no Funchal, em 1975.
Enquanto artista visual, a sua obra é geralmente pautada por questões especulativas, utópicas e projetuais, manifestadas através do desenho e de artefatos escultóricos/arquitetónicos.
Tem vindo a integrar várias exposições coletivas em Portugal e no estrangeiro, entre as quais se destacam: Lonarte, projetos de Arte Pública, Calheta/Madeira (2010); Linha de Partida”, Centro das Artes (2009); Horizonte Móvel, uma perspetiva sobre as artes plásticas na Madeira entre 1960-2008, MAC, Funchal/Madeira (2008); ração para animais, MAC, Funchal/Madeira (2007); International contemporary youth film creation exhibition, Cheng Shiu University ArtCenter, Kaohsiung/Taiwan (2005); XXXI Prémio Bancaixa (Arte Digital), IVAM, Valência/Espanha (2003); Hybrid Spaces - Hybrid Acts, FOURNOS - Centre for Digital Culture, Atenas/Grécia (2003).
Em 1999, foi-lhe atribuído o 1º prémio de escultura, no I Concurso Regional de Artes Plásticas – Casa das Mudas.
Duarte Encarnação estudou Belas Artes em Valência e no Funchal. É Doutorado em Bellas Artes, programa de Artes Visuales e Intermedia, pela Universidad Politécnica de València, Espanha, Departamento de Escultura (2010). É ainda detentor do diploma de Estudios Avanzados(DEA) pelo mesmo centro de estudos (2005).
Atualmente exerce a docência em Arte e Design, com a categoria de Professor Auxiliar, no Centro de Competência de Arte e Humanidades da Universidade da Madeira. Desenvolve investigação sobre Arte Pública e Arquitetura.
+ info: http://www.arsreactiva.com/ e http://www3.uma.pt/dmfe/cv_duarte.pdf

NUNO SERRÃO:
Nuno Serrão é um designer e fotografo português.
O seu presente, nomeadamente a sua primeira exposição – Project Paperclip (www.discloseprojectpaperclip.com), reflecte o seu passado multidisciplinar. Esta é, porém, a sua primeira exposição a unir fotografia com realidade aumentada, através do uso de sonoridades reactivas processadas em tempo real através de uma aplicação para iPhone.
A intervenção de Nuno Serrão no universo das artes teve início nos anos 1990, como programador. Pouco tempo depois conheceu o design gráfico e, no início de 2000, desenvolvia já sites e aplicações em Macromédia Flash.
Actualmente interessa-se, de forma particular, pela área das artes interactivas, sobre a qual tem vindo a desenvolver pesquisa.
É proprietário, designer, produtor e director de arte, na agência criativa urbanistasdigitais . Paralelamente, é ainda coordenador da secção +cultura do programa Irreverência da RTP-M, e produz os eventos Incubadora Criativa, Cognitivopolis e em 2012 assume ainda a co-produção do festival de cinema documental Islands.Doc.
+ info: http://www.urbanistasdigitais.pt/
http://pt-br.facebook.com/incubadoracriativa
http://tv1.rtp.pt/programas-rtp/index.php?c_id=4&dif=tv&e_id&p_id=23099
http://www.centrodasartes.com/ver_espect%C3%A1culo_2011-1087.aspxPID=6381&News ID=409
http://www.urbanistasdigitais.pt/en/2011/06/17/cognitivopolis/

PATRÍCIA SUMARES:
Patrícia Sumares nasceu em 1969, no Jardim do Mar, concelho da Calheta – Madeira.
É licenciada em Artes Plásticas/Escultura pelo ISAD (Instituto Superior de Arte e Design da Madeira). Foi professora em várias escolas da região, tendo sido docente do Quadro da Escola Básica e Secundária da Calheta do 3º Ciclo/ Secundário e pertencendo, actualmente, ao quadro de docente da Escola Básica dos 1º, 2º, 3º Ciclos/PE Professor Francisco M. S. Barreto, na Fajã da Ovelha.
Enquanto artista visual, participou em várias exposições individuais e colectivas desde 1995, sendo que as suas ultimas intervenções artísticas se inscrevem naquilo que hoje se define como Arte Pública. Destacam-se, neste âmbito, os Projectos: Lonarte 11 - Calheta e Portas Abertas – Zona Velha do Funchal.
Desde 2008 é co-mentora e responsável pelo projecto da Galeria dos Prazeres, organizando exposições de artes plásticas, ateliers, visitas guiadas, conferências e cursos vários.
+ info: http://www.galeriadosprazeres.com/
http://galeriadosprazeres.blogspot.pt/
http://patriciasumHYPERLINK
http://patriciasumares.com/"aHYPERLINK
http://patriciasumares.com/"res.com/
http://patriciasumares.blogspot.pt/
http://phg-projecto.blogspot.pt/
http://projectovivaaartefajaovelha.blogspot.pt/

TERESA JARDIM:
Teresa Maria Gonçalves Jardim é Licenciada em Artes Plásticas/Pintura e em Design de Projectação Gráfica.
É professora de Artes Visuais, na Escola Secundária de Francisco Franco.
Enquanto artista visual, desde 1976, co-organizou e/ou participou em mais de meia centena de exposições colectivas, das quais se destacam: "Hortus Deliciarum", com Alice Sousa, Carmen e J. Manuel Gomes, no Teatro Municipal de Baltazar Dias, Funchal (2010); "Viagem ao Coração dos Pássaros", na Casa da Cultura de Câmara de Lobos (2009); "Conceito Estreito 2", no Centro Cívico de Câmara de Lobos (2009); "Horizonte Móvel – Artes Plásticas na Madeira 1960-2008", no Museu de Arte Contemporânea, Forte de São Tiago, Funchal (2008); "Conceito Estreito", na Casa da Cultura de Câmara de Lobos (2008); "O menino da sua mãe", na Casa da Cultura de Câmara de Lobos (2008);
Para além da participação em mostras colectivas, tem também exposto individualmente: "Eu vivo aqui", na Galeria da SRTC, Funchal (2001); "Jogos de Adivinhação", na Galeria da SRTC, Funchal (1997); "Porque te amo", na Galeria do ISAPM, Funchal (1984).
Teresa Jardim tem também participado na publicação de trabalhos interartes e multimédia, com poesia de sua autoria: Jogos Radicais, livro de poesia/fotografia (Lisboa: Assírio e Alvim. 2010); O canto dos poetas madeirenses, CD editado para assinalar o I aniversário da rádio TSF na Madeira e que reuniu cerca de uma dezena de poetas insulares, em registo de voz (Funchal: TSF/DRAC, 1999); Anjos de Areia, livro de poesia ilustrado por Lígia Gontardo (Funchal: DRAC, 1993).

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Conferência "Os riscos naturais nas sociedades contemporâneas: [...] O caso do risco sísmico nos Açores", por Nuno Martins (10-04-2012; 17:00)

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Resumo

«Today, humans are playing too large a role in natural disasters
for us to go on calling them ‘natural’
»
Wijkman e Timberlake, (1984, cit in Hewitt, 1997)

Nas últimas décadas as sociedades contemporâneas têm sido confrontadas com o aumento da frequência e severidade dos desastres desencadeados por perigos naturais. Estes eventos cíclicos, encarados no passado como actos de Deus e mais recentemente enquanto manifestações incontroláveis da Natureza, são, porém, o resultado da complexa combinação entre as vulnerabilidades dos sistemas sociais com a perigosidade natural existente nos sistemas biogeofísicos. Nesta perspectiva, a identificação, hierarquização e avaliação da vulnerabilidade representa um passo decisivo rumo à redução do risco de desastre, permitindo assim, determinar os processos e factores que diminuem a capacidade dos indivíduos e/ou comunidades em lidar, resistir e recuperar das perturbações induzidas por desastres. O conceito de vulnerabilidade é, deste modo, a chave no reforço da resiliência de desastre. Esta apresentação versa exemplificar com recurso a dois modelos georreferenciados, as ferramentas e os instrumentos através do qual é possível construir a resiliência de desastre, tendo por base o conhecimento das vulnerabilidades socialmente construídas. Os Açores, cujo registo histórico de desastre é colateral aos cinco séculos de povoamento do arquipélago, são utilizados como caso de estudo, enfatizando, neste particular, o risco sísmico no concelho de Vila Franca do Campo (ilha de S. Miguel).

Nota Biobibliográfica

V. Nuno Martins é licenciado em Geografia Física pela Universidade de Lisboa (2004/2008). Mestre em Ciência e Sistemas de Informação Geográfica pela Universidade Nova de Lisboa (2008/2010) com a apresentação da dissertação Avaliação da Vulnerabilidade Socioecológica ao Risco Sísmico no Concelho de Vila Franca do Campo (Açores) – Contributo para a construção de uma comunidade resiliente. Bolseiro de investigação no Centro de Estudos Sociais da Universidade dos Açores tem investigado principalmente no ramo das ciências sociais aplicadas aos riscos naturais, em particular, nos domínios da vulnerabilidade social e da resiliência de desastre. Participou em encontros científicos nacionais e internacionais e publicou artigos nas revistas Natural Hazards e Journal of Coastal Conservation: Planning and Management, no qual abordou a gestão e a governação dos riscos naturais em Portugal e nos Açores. É co-autor do livro Domestic violence in the Azores Autonomous Region – Socio-criminal study (2010). Colabora no projecto da Comissão Europeia “As tendências demográficas e migratórias nas Regiões Ultraperiféricas (RUP): o impacto sobre a coesão económica, social e territorial”. Foi-lhe atribuída uma bolsa por parte da FLAD, para realização de estágio académico no Disaster Research Center da Universidade de Delaware, onde desenvolverá a proposta de doutoramento em Ciência e Gestão de Desastre.

domingo, 18 de março de 2012

II Conferência-Efeméride Cabral do Nascimento "... Contextos e Interlocutores..." (21-03-2012; 15:00)

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Com o propósito de assinalar a data de nascimento do intelectual madeirense João Cabral do Nascimento, dando conta da relevância da sua acção cultural quer na Madeira, quer a nível nacional e internacional, o Centro de Estudos de História do Atlântico (CEHA) organiza a 21 de Março de 2012, a II Conferência-Efeméride Cabral do Nascimento (1897-1978), dando sequência à I Conferência-Efeméride Cabral do Nascimento… 114 anos depois, promovida por este mesmo centro, a 22 de Março de 2011.
Na presente edição deste encontro, subtitulada “Contextos e Interlocutores”, pretende-se lançar pistas para um enquadramento da obra heterogénea de Cabral do Nascimento nos diversos contextos em que foi produzida, sublinhando os diálogos, trânsitos, interferências e contributos detectáveis entre a produção cultural deste intelectual madeirense e a de outros intelectuais enquadráveis em diversos sistemas culturais (madeirense, português e outros estrangeiros).
O programa conta com a participação de Ana Margarida Falcão (UMa) e Isabel Santa Clara (UMa), Leonor Coelho (UMa) e Thierry Proença dos Santos (UMa), Emanuel Janes (CEHA), Ana Salgueiro Rodrigues (CEHA e CECC/UCP) e Ana Paula Almeida (CEHA).
A conferência, com início previsto para as 15h00, será moderada por Paulo Miguel Rodrigues (UMa e CIEC/UC) e está aberta à participação de todos os interessados.

Organizadores da conferência:
Paulo Miguel Rodrigues
Ana Salgueiro Rodrigues


Resumos e notas bio-bibliográficas dos conferencistas

Paulo Miguel Rodrigues: Docente na Universidade da Madeira, Doutor em História Contemporânea, Director de Curso do Mestrado em Estudos Regionais e Locais.


- “Descaminho: dos poemas de Cabral do Nascimento às ilustrações de Francisco Franco. Uma abordagem interartes”, Ana Margarida Falcão (UMa) e Isabel Santa Clara (UMa)
Resumo: Breve enquadramento dos autores — Cabral do Nascimento e Francisco Franco — nas tendências literárias e artísticas do seu tempo, tanto no que respeita à herança estética como nas particularidades dos seus respectivos traços de modernidade. Análise das modalidades de tradução e de paralelismo intersemióticos detectáveis na relação entre os poemas de Descaminho (1ª edição, de 1926) e as gravuras de Francisco Franco que os ilustram.
Ana Margarida Falcão nasceu no Funchal. É Professora na Universidade da Madeira, onde se doutorou na especialidade de Teoria da Literatura/Literatura Portuguesa, com defesa da dissertação intitulada Os Novos Shâmanes - um Contributo para o Estudo da Narratividade na Poesia Portuguesa mais Recente. Tem participado em e/ou co-organizado anualmente Colóquios e Seminários e publicado textos críticos e textos literários. É colaboradora regular de programas da RTP-M, RTP-I e RDP-M, bem como de revistas da especialidade, entre as quais: O escritor, Dédalus, Neo 6, Margem e Islenha, da qual é directora da secção literária. A sua escrita está ainda presente em diversas antologias de cariz científico, tendo co-organizado a antologia Literatura de Viagem – Narrativa, História, Mito (ensaios) e publicado Um Arquipélago de Escritores-Viajantes (monografia para a Expo 98). Na poesia, fez parte das antologias Ilha 3, Ilha 4, Ilha, Funchal (1994, 2002). Na ficção, além de contos e crónicas avulsos, publicou O largo ou o percurso de um habitante (conto/s) e Z de Zacarias (romance). Está presente com contos, crónicas e poemas nas antologias: A Madárember - mai Portugál Elbeszél"ok, tradução para húngaro de Ernesto Rodrigues, professor da Universidade Clássica de Lisboa; Antologia de Poesia Portuguesa, ed. bilingue português/italiano, organização de António Fournier, professor da Universidade de Pisa (2004); E depois? – sobre a cultura na Madeira, organização e posfácio de Ana Isabel Moniz, Diana Pimentel e Thierry Proença dos Santos, da Universidade da Madeira; Contos Madeirenses, organização de Nelson Veríssimo; Pontos Luminosos – Açores e Madeira – Antologia de poesia do Século, selecção de Maria Aurora Carvalho Homem e Urbano Bettencourt, organização de Diana Pimentel; Antologia Nostalgia dei giorni atlantici, a cura di António Fournier, Col. Paprika, n.º 2, Scritturapura Editore, Asti, 2005; Antologia 12 Meses no Funchal, organização de António Fournier, Ed. E.M. «Funchal 500 anos», Funchal, 2008 (tradução italiana 12 mesi a Funchal, a cura di António Fournier, Col. Paprika, nº 20, Scritturapura Editore Asti, 2008; co-autoria de Funchal (d)escrito – ensaios sobre a representação literária da cidade, com Ana Isabel Moniz, Leonor Martins Coelho e Thierry Proença, Funchal, 2011.
Isabel Santa Clara nasceu no Funchal, é professora auxiliar no Centro de Artes e Humanidades da Universidade da Madeira. Concluiu, em Julho de 2004, nesta Universidade uma tese de doutoramento intitulada Das coisas visíveis às invisíveis. Contributos para o estudo da pintura Maneirista Ilha da Madeira (1540-1620). No ensino superior artístico lecciona desde 1975 disciplinas das áreas de artes plásticas, de história da arte e de estudos interartes. Tem colaborado em diversos jornais, revistas (Espaço-Arte, Origens, Islenha, Jornal de Letras, Artes e Ideias, Artes & Leilões, Arte Ibérica) e obras coletivas, (A Madeira e a Música, 2008; A Madeira na Rota do Oriente, 1999; S. Francisco Xavier: a sua vida e o seu tempo (1506-1552), 2006; Obras de referência dos Museus da Madeira, 2008 e 2009). Elaborou textos para catálogos de exposições de arte contemporânea (com destaque para a participação em Horizontes Insulares, Canarias, Acción Cultural Española, 2011) e comissariou numerosas exposições, sendo a de maior relevância Horizonte móvel: Artes Plásticas na Madeira 1960-2008, Funchal 500 anos, Museu de Arte Contemporânea-Fortaleza de S. Tiago 2008. Como artista plástica, tem exposto desde 1973 pintura, desenho e fotografia, estando representada em diversas colecções particulares e na colecção do Museu de Arte Contemporânea do Funchal.

- “Cabral do Nascimento e o seu tempo. Os anos 1920 e os movimentos nacionalistas”, Emanuel Janes (CEHA)
Emanuel Janes, licenciado e Mestre em História Contemporânea, pela Universidade de Lisboa, 1996, com a dissertação Nacionalismo e Nacionalistas na Madeira nos Anos Trinta (1926-1936), que foi publicada em 1998. É professor e investigador de temas regionais. Entre os seus trabalhos publicados, podem destacar-se História da Madeira, coordenada pelo Doutor Alberto Vieira, 2001; Anuário de Ouro da Madeira, “Uma Quinta com História”, 2005; José Avelino Pinto, um construtor da Madeira Nova, 2009. Publicou também vários artigos nas revistas Atlântico, Islenha, Saber, Atlântico Magasine, In Madeira, Turismoda. Fez o “Curso de auditores de Defesa Nacional”. Participou em vários seminários e colóquios.

- “Cabral do Nascimento e o cinema na Madeira no primeiro quartel do século XX”, Ana Paula Almeida (CEHA)
Resumo: O cinema, divertimento com muita aceitação no Funchal desde 1897, ocupou um papel de destaque na vida funchalense no primeiro quartel do século XX. As salas de cinema proliferaram; o público, nem sempre bem comportado, era muito; as críticas cinematográficas eram frequentes e os filmes exibidos nem sempre eram bem recebidos.
Foi neste contexto que João Cabral do Nascimento, sob o nome ficcional de João da Nova, publicou crítica social e política na coluna “Film da Semana” do Restauração (semanário monárquico editado em Coimbra), sustentando frequentemente a sua argumentação irónica em referências ao mundo cinematográfico.
Ana Paula Almeida é licenciada em História e Ciências Sociais pela Universidade do Minho (1989/1994). Mestre em Arte e Património pela Universidade da Madeira (2006/2008) com apresentação da dissertação Lugares e Pessoas do Cinema na Madeira – Apontamento para a História do Cinema na Madeira de 1897 a 1930. É professora do Quadro de Escola da Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos da Torre, Câmara de Lobos, onde leccionou História e esteve envolvida na Formação de Adultos. Foi dinamizadora do Projecto Equal – Agir para a Igualdade, tendo feito parte da coordenação regional do mesmo. Faz parte do Conselho Nacional do Movimento Democrático de Mulheres. Encontra-se destacada no Centro de Estudos de História do Atlântico.

- “Cabral do Nascimento e Maria Franco, mediadores de textos «clássicos» infanto-juvenis da Literatura Universal”, Leonor Coelho (UMa) e Thierry Proença dos Santos (UMa)
Resumo: Propomo-nos abordar uma das facetas menos comentadas da actividade de tradução e de mediação cultural levada a cabo por Cabral do Nascimento (1897-1978) e sua mulher, Maria Franco (1908-1975): a de introduzir ou actualizar clássicos infanto-juvenis da literatura universal no sistema cultural português.
Leonor Martins Coelho é Professora Auxiliar na Universidade da Madeira, desde 2008. É Doutorada em Estudos Interculturais e membro do grupo de Estudos “Viagem e Utopia” integrado no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras de Lisboa. Participou nos seguintes projectos editoriais: Funchal (d)Escrito – Ensaios sobre representações literárias da Cidade, monografia em co-autoria com Ana Isabel Moniz, Ana Margarida Falcão e Thierry Proença dos Santos, 7 Dias 6 Noites, V.N. de Gaia, 2011 (220 págs.); Crónica Madeirense (1900-2006), antologia organizada por Fernando Figueiredo, Leonor Martins Coelho e Thierry Proença dos Santos, Campo das Letras, Porto, 2007 (410 págs.). Organizou a revista Margem 2, n.º 26, subordinada ao tema Irene Lucília Andrade: uma voz na Margem (Departamento da Cultura, Câmara Municipal do Funchal, 2009, 263 págs.). Participa regularmente em Congressos Internacionais, com trabalhos na área dos Estudos Pós-Coloniais Francófonos e na área da Literatura Portuguesa Contemporânea, bem como em actividades culturais (apresentação de autores e/ou de livros, participação em júris de concursos literários). Prepara, em co-autoria, um estudo subordinado ao tema A Literatura de Recepção Infanto-juvenil na Ilha da Madeira: Percursos e Discursos.
Thierry Proença dos Santos é Professor Auxiliar da Universidade da Madeira, desde 2007. Participou nos seguintes projectos editoriais: Funchal (d)Escrito – Ensaios sobre representações literárias da Cidade, monografia em co-autoria com Ana Isabel Moniz, Ana Margarida Falcão e Leonor Martins Coelho, 2011; Crónica Madeirense (1900-2006), antologia elaborada conjuntamente com Fernando Figueiredo e Leonor Martins Coelho, 2007; e depois? sobre cultura na Madeira, actas do ciclo de conversas com posfácio dos organizadores, em co-autoria com Ana Isabel Moniz e Diana Pimentel, 2005. Coordenou o álbum Leituras e Afectos: uma Homenagem à Maria Aurora Carvalho Homem, 2010, e o número especial da revista Margem 2, n.º 25, Dezembro 2008, dedicado ao tema “Viver (n)o Funchal”. Preparou a edição do romance Canga de Horácio Bento de Gouveia (com introdução e estabelecimento do texto), 2008. Publicou a monografia Comeres e Beberes Madeirenses em Horácio Bento de Gouveia, 2005. Participa regularmente em congressos e não descura a intervenção cultural (apresentação de livros, participação em júris de concursos literários, colaboração com a comunicação social e com as escolas). De Novembro de 2009 a Maio de 2010 colaborou, na qualidade de convidado residente, no programa televisivo da RTP-Madeira “Cá Nada” de Maria Aurora Carvalho Homem, sobre usos linguísticos madeirenses com parte ficcionada e debate.

- “As (outras) faces de um intelectual exílico. Incursões no espólio de Cabral do Nascimento à guarda da Biblioteca Nacional de Portugal”, Ana Salgueiro Rodrigues (CEHA, CECC/UCP)
Resumo:
todo arquivo […] é ao mesmo tempo instituidor e conservador. Revolucionário e tradicional. Arquivo eco-nômico, neste duplo sentido: guarda, põe em reserva, economiza, mas de modo não natural, isto é, fazendo a lei (nomos) ou fazendo respeitar a lei […]. Ele tem força de lei […]. Perguntar-nos-emos sempre o que foi possível, neste mal de arquivo, queimar.
Jacques Derrida, Mal de arquivo, pp. 17 e 129
Retomando a questão “Para que serve um espólio?” com que João Dionísio abre um seu texto publicado em As mãos da escrita. 25º aniversário do Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea (2007), centraremos a nossa atenção no espólio de João Cabral do Nascimento conservado na Biblioteca Nacional de Portugal, ainda que cruzando alguns documentos aí existentes com correspondência encontrada em espólios de outros intelectuais do século XX, seus interlocutores.
Nunca esquecendo as reservas colocadas por Jacques Derrida (2001), quando reflecte sobre o mal de arquivo, sublinhando que qualquer arquivo se (re)constrói a partir da articulação entre anamnese (memória) e amnesia (esquecimento), num processo tensional sempre implicado em questões técnicas, éticas, políticas, jurídicas, e, nesta medida, também histórico-culturais, procuraremos reconstruir a figura do intelectual madeirense que nos é dada a ver/ler, na colecção documental N28, cedida à Biblioteca Nacional de Portugal em 1990, pelo filho de Cabral do Nascimento.
Em que medida a documentação conservada nessa colecção (e não espólio tout court - sulinhem-se as implicações desta diferença) permite reconstruir a figura deste intelectual, exibindo-o como um agente cultural complexo e cuja acção se estende muito para além da suposta criação de uma poesia pura? Até que ponto a consulta desta documentação confirma ou infirma a imagem do intelectual exílico que temos vindo a defender ser legível na poesia de Cabral do Nascimento desde a década de 1910? E em que medida a revisitação deste espólio demonstra não apenas a necessidade de uma releitura da obra heterogénea e crítica de Cabral do Nascimento, mas também a urgência de uma revisão do contributo de agentes culturais madeirenses no sistema cultural nacional (e não só)?
Ana Salgueiro Rodrigues é doutoranda em Estudos de Cultura na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa (FCH-UCP), com tese intitulada Ex-île… O exílio nas literaturas das Ilhas Atlânticas (Cabral do Nascimento, João Varela e João de Melo). É bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia – FCT, desde 2008, investigadora júnior do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura (CECC-UCP), tendo integrado, desde Janeiro de 2011, o projecto «O deve e o haver na História da Madeira» promovido pelo CEHA. É mestre em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e licenciada em LLM - Estudos Portugueses pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É co-autora do livro Vozes de Cabo Verde e Angola. Quatro percursos literários (CLEPUL, 2010), tendo-se ocupado, nos últimos anos, do estudo das literaturas e culturas das Ilhas Atlânticas, assim como da problemática do exílio. Tem participado em encontros académicos nacionais e internacionais e editado em publicações periódicas e/ou colectâneas de ensaios diversos, como p.ex.: “A Cape-Verdian view of Europe: history and geography revised in the writings of G. T. Didial”, Europe in Black & White (2010); “Fantasia? Lusitana? Cinema, história(s de vida) e ética artística em Daniel Blaufuks e João Canijo”, Doc on-line (n.º 9, Dez. 2010); “Insulated voices looking for the world”, A comparative history of literatures in the Iberian Peninsula (2010); etc.